Brasil não registra novos casos da doença desde o fim de 2008, depois do que, na época, foi a maior campanha de imunização já realizada
Nesta semana, quatro crianças foram isoladas em Goiânia, Goiás, por suspeita de rubéola. Os casos foram descartados, segundo informou a Secretaria Municipal de Saúde da capital, porém acenderam o alerta para a baixa cobertura vacinal contra o vírus no país, abaixo de 60% em 2022, e a possibilidade de retorno da doença, que foi eliminada oficialmente em 2015.
Em nota, a SMS afirma que as crianças estudam na mesma escola e, após apresentarem sintomas da doença, foram afastadas e tiveram amostras coletadas, que foram analisadas no Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) do estado. Na quarta-feira (8), os resultados confirmaram não se tratar de casos de rubéola, nem de sarampo ou dengue.
Ainda assim, as suspeitas reacendem uma discussão que tem sido cada vez mais atual no Brasil: as quedas nas coberturas vacinais e os riscos de doenças antigas voltarem a dar as caras por aqui. Foi o caso com o sarampo. O país recebeu o certificado de eliminação em 2016, porém perdeu o status em 2019 após novos surtos serem registrados novamente.
No caso da rubéola, o documento que atesta que a doença e a síndrome da rubéola congênita – problema que afeta os bebês cuja mãe foi contaminada durante a gravidez – não circulam mais no país foi obtido em 2015. Porém, novos casos não são registrados desde dezembro de 2008, quando o último foi confirmado no Estado de São Paulo. A conquista foi consequência direta do avanço da vacinação.
A rubéola é uma infecção causada por um vírus do gênero Rubivirus, o Rubella vírus. É uma doença altamente infecto-contagiosa, transmitida principalmente pela emissão de gotículas das secreções respiratórias dos contaminados. Os sintomas podem demorar de duas a três semanas para aparecerem, e costumam envolver febre baixa, manchas rosadas na pele, dores de garganta, entre outros.
Não se trata de uma doença particularmente grave quando a criança é infectada, porém a disseminação do vírus favorece a ocorrência da contaminação de mulheres grávidas e a transmissão para o feto em desenvolvimento. Esse caso, por outro lado, chamado de síndrome da rubéola congênita, é grave e pode deixar sequelas irreversíveis no bebê, como glaucoma, catarata, malformação cardíaca, retardo no crescimento e surdez.
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