O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) depôs, nesta quarta-feira (5), à Polícia Federal (PF) na condição de investigado no caso que investiga a entrada ilegal no país de joias dadas ao governo brasileiro pela Arábia Saudita.
Conforme relato de fontes à CNN, ele afirmou aos investigadores que só soube da existência de joias detidas no Aeroporto de Guarulhos no ano passado e que, na ocasião, alguém do Ministério de Minas e Energia o alertou sobre o problema. O ex-presidente não especificou quem.
Durante o depoimento, Bolsonaro confirmou ainda ter falado por telefone, no final do ano passado, com o então chefe da Receita Federal, Julio Cesar Vieira, sobre as joias. Segundo fontes ligadas à defesa do ex-presidente, a conversa foi para que ele entendesse as etapas do processo e a condição dos presentes.
Bolsonaro diz que só tomou conhecimento das joias em dezembro
De acordo com apuração do repórter da CNN Leandro Magalhães, o ex-chefe do Executivo expôs que tomou conhecimento das joias em dezembro de 2022, um ano depois da chegada dos presentes.
Bolsonaro também falou aos agentes da PF que todos os procedimentos foram feitos por ofício, o que demonstraria transparência dos atos praticados. O ex-mandatário alegou que está convicto de que “nunca praticou nenhuma irregularidade”.
O ex-chefe do Executivo explicou que não teria conhecimento de tudo o que estava em seu acervo. Haviam ao menos três mil camisas, meias, bonés e relógios de baixo valor.
Ele chegou à sede da PF por volta de 14h30 e saiu às 17h30. Bolsonaro estava acompanhado de advogados e de seu ex-secretário de Comunicação, Fabio Wajngarten.
“O depoimento do Pr Jair Bolsonaro transcorreu de maneira absolutamente tranquila, tendo respondido a todas as indagações feitas pela PF. Foi uma ótima oportunidade para esclarecimentos dos fatos”, publicou Wajngarten.
Outros depoimentos
Foram dez depoimentos prestados ao mesmo tempo em Brasília, São Paulo e no Rio de Janeiro. O objetivo da polícia é confrontar informações e impedir compartilhamentos de estratégias de defesa.
O ajudante de ordens do ex-chefe do Executivo, tenente-coronel Mauro Cid foi ouvido em São Paulo, por exemplo. Ele era o homem de confiança de Bolsonaro, a quem era subordinado e cumpria determinações.
Fontes próximas ao militar ouvidas pela CNN reforçaram que “Cid não dava um passo nem tomava um copo d’água sem autorização do ex-presidente”.
Um dos depoimentos foi adiado, pelo fato de um dos advogados ter passado mal.
Preparação com ao menos três advogados
A preparação de Jair Bolsonaro envolveu ao menos três advogados por dois dias.
A pequena maratona foi iniciada na terça-feira (4) em reunião na sede do PL em Brasília e seguiu na manhã desta quarta-feira (5) horas antes de ele se apresentar aos investigadores.
Os advogados Paulo Cunha Bueno e Daniel Tesser capitanearam as conversas e foram acompanhados por Fabio Wajngarten.
Apesar de ter se reunido com seu time de defesa na sede de sua legenda, aliados políticos não participaram da preparação, de acordo com um aliado.
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