A Jovem Pan anunciou, na noite da última quinta-feira (20/04/2023), que rompeu o contrato com uma afiliada de Itapetininga, no interior de São Paulo, por prática que “expõe a marca” da emissora e “viola cláusulas” do acordo. O dono da Jovem Pan Itapetininga, Milton de Oliveira Júnior, admitiu ao vivo, durante participação em um dos programas veiculados localmente, ter financiado os atos golpistas de 8 de janeiro, quando as sedes do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal (STF) foram invadidas e depredadas por radicais bolsonaristas.
Oliveira comentava, sem citar nomes, o posicionamento da deputada federal Simone Marchetto (MDB-SP), da mesma cidade, que se demonstrou contrária à instalação da CPMI dos Atos Antidemocráticos no Congresso. “Eu contribuí, deputada. Eu contribuí. Entrego o recibo para a senhora. Não tenho medo de assumir o que eu faço, está lá”, frisou o jornalista.
Oliveira continua e chega a ironizar a possibilidade de ir parar atrás das grades por conta da confissão. “Se eu tiver que ser preso porque ajudei patriotas a irem para a Brasília fazer protesto contra um governo ilegítimo, que eu seja preso, não há problema nenhum. Temos que assumir os compromissos que fazemos. Não tenho medo da Justiça. Eu contribuí, deputada, se a senhora quiser eu mando no seu WhatsApp os recibos de pix, está tudo com o meu CPF”, afirmou.
O programa é transmitido pela rádio e também pelo YouTube da Jovem Pan Itapetininga. Na noite desta sexta-feira, o trecho em questão já não se encontrava disponível no canal da afiliada, mas vários recortes viralizaram nas redes sociais, em meio a críticas.
Em um perfil no Facebook, Milton Oliveira publicou um longo comunicado. “Afirmo e reafirmo que sempre, em toda minha vida, respeitei e segui a Justiça, e que jamais agi e apoiei qualquer ato que ataque a democracia”, diz ele no texto.
Embora essa informação não constasse na participação ao vivo, o jornalista assegura, agora, que a situação à qual se referiu foi quando atendeu “a solicitação de um amigo para sua alimentação durante a viagem de retorno de Brasília no dia 20 de novembro de 2022” — “ou seja”, completa, “muito antes e nada relacionado aos atos de depredação do patrimônio público de 8 de janeiro”. “Quando me manifestei que não temo a Justiça, é porque sempre respeitei a Constituição e as leis vigentes”, prossegue a postagem.
Já a Jovem Pan informou, em comunicado divulgado à imprensa, que encerrou “o contrato de filiação com a produtora DPV Limitada — Jovem Pan Itapetininga”. O texto continua: “A referida emissora exibiu conteúdo em sua programação e nas plataformas digitais que expõe a marca da Jovem Pan e viola cláusulas contratuais que têm como objetivo a preservação da marca e a reputação da Jovem Pan enquanto empresa de comunicação”, acrescentando que, “por várias vezes”, condenou durante o programa “os prejuízos causados pelos atos de 8 de janeiro de 2023”.
“A rede Jovem Pan SAT tem como premissa que as emissoras afiliadas, ainda que responsáveis pelo conteúdo que geram regionalmente, devem refletir os princípios e valores que o Grupo Jovem Pan defende há 80 anos”, acrescenta a nota. “Quando essa postura não é observada, gerando prejuízo para a Jovem Pan enquanto instituição, nos obrigamos a adotar as medidas legais cabíveis com o rigor necessário”, diz ainda a emissora.
Por fim, o canal esclareceu que “não apoia a conduta dos administradores da produtora DPV Limitada e dos demais integrantes do programa que levou à exclusão do grupo de afiliadas Jovem Pan”. O comunicado se encerra comunicando aos moradores da região que ainda é possível “ouvir a programação pelo Panflix”.
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