José Petrúcio Rodrigues nasceu no dia 25 de outubro do ano de 1946, era filho de Dona Neusa de Oliveira Rodrigues, professora primária e de Júlio Rodrigues Filho ex-prefeito de Altinho.
Viveu a maior parte do tempo de sua infância e juventude fora de Altinho, tendo ido estudar aos 10 anos de idade no colégio Diocesano de Garanhuns, um colégio interno, inclusive teve como colegas de turma Aylton Benevides, José Quixabeira - eles estiveram presentes no velório - dentre outros.
Depois de alguns anos foi estudar na cidade do Recife, mas sempre que podia, principalmente quando estava de férias vinha para junto de seus pais em Altinho.
Na fase adulta, Petrúcio Rodrigues tornou-se Bacharel em Engenharia Elétrica, sendo Especialista em Sistema de Rádio Difusão, tendo sido responsável pela fiscalização desse sistema em vários órgãos do então DENTEL (Departamento Nacional de Telecomunicações) abrangendo a Polícia Federal, Polícia Militar e também, as Forças Armadas nos seguintes Estados: Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Rio Grande do Sul.
Casou-se com a professora e ex-diretora de escola Rosália Maria Carvalho Rodrigues, juntos tiveram os filhos: Ricardo Carvalho Rodrigues, Doutor em Direito Penal, Professor Universitário, atualmente é Secretário de Educação do Município de Altinho, Júlio Tiago de Carvalho Rodrigues, Procurador do Estado da Paraíba e sócio de um grande escritório de advocacia do Estado de Pernambuco e Artur Felipe Carvalho Rodrigues, empresário e vereador no nosso município.
Durante o tempo em que esteve na ativa viveu com a família na capital pernambucana onde inclusive investiu na educação e formação profissional dos filhos, contudo, sempre que podia vinha a Altinho para visitar os pais, participar das atividades políticas de Júlio Rodrigues quando das eleições para prefeito de nossa cidade.
Com o inesperado falecimento do seu pai, Petrúcio veio para Altinho no intuito de tomar conta dos negócios e das fazendas. Um fato curioso, no início da década de 80, entre 1982 e 1985 houve uma grande seca no Nordeste, o que fez com que ele arcasse com um enorme prejuízo perdendo grande parte da criação de gado.
O falecimento do seu pai havia deixado grande parte da população altinense principalmente dos eleitores, muito abalada e saudosa. A base eleitoral do Sr. Júlio Rodrigues queria que Petrúcio assumisse a liderança deixada pelo seu pai. Ele bem que tentou, começando pela Cooperativa quando houve eleição para o cargo de presidente, porém, devido a alguns problemas que se delinearam durante o processo ele acabou perdendo o pleito.
Morando em Altinho dedicou-se a sua terra natal, participando com frequência da política, bem como de várias causas sociais, atividades culturais, sendo inclusive presidente do Clube do Altinense.
Candidatou-se a prefeito – como terceira opção – no ano de 2000, salvo engano, em um momento político em que duas outras lideranças tornavam-se mais expressivas, por conseguinte ele não obteve êxito.
Foi Secretário de Administração no período de 1997 a 2000; por duas vezes foi Secretário de Educação de 2005 a 2008 e 2013 a 2016. Era o principal orador dos comícios durante as candidaturas do seu pai a prefeito de altinho que culminaram em duas gestões nos períodos de 1969 a 1972 e 1977 a 1982. Atualmente ocupava o cargo de vice-prefeito do governo Orlando José, ambos filiados ao PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira).
Segundo o prefeito Orlando: “Petrúcio quebrou o paradigma de vice-prefeito ausente, pois ele fazia questão de mesmo doente, comparecer aos expedientes participando de tudo, quando não podia marcar presença em algum compromisso pedia milhões de desculpas”.
Trocou o modo de vida da capital pelo modo simples de viver na cidade que ele tanto amou até os últimos dias de vida. Em sua residência, local que fez questão de preservar a bela arquitetura existente construída desde a época do seu pai, ali acolhia os amigos e correligionários mas também a todos aqueles que dele precisasse, pois era bastante solícito, ou, até mesmo quando armava sua rede no terraço, se punha a descansar buscando inspiração para depois escrever suas magnificas crônicas publicadas posteriormente em suas redes sociais.
Além do seu aguçado sentimento nativista José Petrúcio era um homem de admirável retórica, de refinada educação, dignidade, empatia e generosidade, atendia a todos que o procurasse dando a devida atenção. Como político certamente tomou para si o exemplo do seu pai que, quando vivo, costumava dizer: “Uma das melhores coisas é servir”. Foi uma pessoa íntegra, que sabia administrar tanto as convergências quanto as divergências. A propósito, há três anos assim ele escreveu: “Tanto na vida pública quanto na vida pessoal, devemos ter o discernimento das atitudes corretas, e daquelas que nos levam a resultados ruins. Na arena do Governo, é indispensável a boa conduta e caráter acima de tudo, para poder tomar as decisões corretas em prol do coletivo e não de crenças ou opiniões individuais”. (PETRÚCIO RODRIGUES, 13.10.2020).
Petrúcio nunca demonstrou apego as coisas materiais, valorizava o ser, o conhecimento, a arte, a cultura, as pessoas. Religioso, gostava de escrever belos textos para homenagear Nossa Senhora por ocasião do mês de maio. Era uma pessoa muito culta, parecia escrever com a alma. Memorialista, escrevia relatos sobre altinenses que se destacaram na história da nossa cidade. Ora poético e saudosista, notável em um dos seus textos ao escrever: “Solidão, tristeza, saudade são sentimentos parceiros entre si, que espantam dos nossos corações os sentimentos que não gostaríamos jamais de tê-los longe de nós, como alegria, esperança e vontade de viver”. (PETRÚCIO RODRIGUES, 8.11.2022).
As magníficas crônicas por ele escritas, publicadas em suas redes sociais, nelas exaltava sempre o valor da vida, a importância da paz, o valor do abraço, tanto que, ao final de cada crônica sempre colocava: “FORTE ABRAÇO!”.
Admirador da natureza, basta observar a imagem abaixo que escolheu como capa do seu perfil nas redes sociais, ela demonstra o quanto ele admirava a beleza dos campos e a importância do caminhar olhando de frente.
José Petrúcio Rodrigues deixou um grande legado de honestidade, do respeito a quem pensasse de forma diferente as suas ideias. Como bem disse Tiago Rodrigues (Tiago de Petrúcio Rodrigues) em seu pronunciamento para homenagear o seu pai no dia do velório: “Ele deixou o legado da moral, da ética, da integridade e honestidade. Um homem íntegro, descente e honrado. O que vale é esse seu legado, servir de exemplo para essa nova geração, não o legado das fazendas, dos bens, dos gados, mas o legado da moral que ele deixa para toda a família”. Complemento dizendo que esse legado deixado por ele, sirva de exemplo para aqueles que galgam enveredar pelos caminhos da política. Petrúcio era também um exemplo homem simples, comprometido com o bem comum e com o jeito sério de fazer política. Se alguém o criticava, certamente não teria argumentos para ofuscar as suas virtudes. Dedicou amor a nossa terra, sentiu nos ombros o peso da responsabilidade de ser para os altinenses o que o seu pai conseguiu ser enquanto esteve entre nós. Ele sabia que a maior herança é herdar as qualidades do pai e da mãe.
Não é fácil aceitar que em um dado momento precisamos nos despedir de alguém tão conhecido, tão essencial, nos restando apenas as lembranças e a saudade que servirão para lembrar os momentos quando esteve no nosso convívio. Mas acredito que Petrúcio Rodrigues jamais será esquecido, sua memória vai estar sempre presente no coração de cada altinense que o conheceu tendo-o como amigo.
José Petrúcio Rodrigues faleceu aos 76 anos no dia 13 de agosto do ano em curso deixando muita saudade.
Encerro este relato com a frase proferida por um dos filhos de Petrúcio Rodrigues, o Dr. Tiago Rodrigues (Tiago de Petrúcio Rodrigues) durante o velório do seu pai: “(...) Morre um homem, mas nasce um mito”.
Autor do Texto: Escritor Antonio Airton
Imagens: Arquivo pessoal/redes sociais.
Colaboração: Nivaldo Batista Guerreiro.
Em, 20.08.2023
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