HISTÓRIA DA PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO Ó - ALTINHO PERNAMBUCO
Hoje dia 16 de julho de 2024, com a Santa Missa, estamos comemorando festivamente os 187 anos de criação da Paróquia de Nossa Senhora do Ó – Altinho Pernambuco. Momento propício para em poucas palavras mencionar alguns fatos importantes dessa história.
Até o início da década de 1980, existia na Paróquia de Nossa Senhora do Ó – Altinho/PE, grande quantidade de documentos referentes a autêntica história da Paróquia. Contudo, parte destes documentos avulsos foram descartados, e alguns livros canônicos entregues a antiga FAFICA, posteriormente, removidos para a Cúria Diocesana de Caruaru, onde se encontram atualmente.
O primeiro documento histórico, com data de 29 de julho de 1770, trata da escritura de doação de meia légua de terra, em quadra, ofertada pelo ilustre altinense JOSÉ VIEIRA DE MELO para construir uma capela em honra a Nossa Senhora do Ó. Cujo documento, não sabemos se está registrado em algum livro canônico, ora em poder da Cúria. O fato é que o documento existe. E para marcar as comemorações do sesquicentenário da Paróquia de Nossa Senhora do Ó, em 1987 a Dra. Ignês de Azevedo Guedes, amante da história, entregou ao historiador Pe. Ediberto Alves de Oliveira uma cópia do texto da escritura lavrada, existente nos arquivos do Instituto Arqueológico, Histórico e Geográfico de Pernambuco, por ela pesquisado. E o Sr. Walfrido Alves de Oliveira mandou confeccionar um quadro com cópias da escritura e da transcrição do texto, o qual, se encontra nas dependências da Casa Paroquial.
Três anos depois a capela estava construída, desenvolveu-se o povoado e a comunidade prosperou. Existia sempre a presença de um Padre Capelão que prestava assistência religiosa. Com crescimento da comunidade foi necessário construir a Igreja Matriz. Depois de um criterioso estudo e consenso, o local escolhido para nova igreja foi o pequeno alto que tinha o nome ALTINHO, era conhecido e se destacava como referência na região. A construção teve início em 1829. E em 1832, suas paredes foram utilizadas como trincheira na Guerra dos Cabanos (livro: A Guerra dos Cabanos - Manoel Correia de Andrade). Em 1836 o Bispo de Olinda Dom João da Purificação Marques Perdigão visitou a comunidade do Altinho.
O segundo documento histórico é o Decreto Provincial Lei Nº 45 de 12 de junho de 1837, que criou a PARÓQUIA DE NOSSA SENHORA DO Ó na povoação do Altinho. E graças ao zelo Pastoral do Monsenhor Bernardino de Carvalho o texto do documento foi devidamente registrado no Livro de Tombos nº 3 fl. 14, ora compondo os arquivos da Paróquia.
Em setembro de 1837, o Pe. Agostinho Godoy foi designado como o primeiro Vigário Paroquial, e foi ele quem construiu a Casa Paroquial em estilo colonial. Devido, inúmeras dificuldades, de toda ordem, os altares só foram concluídos em 1848/49. Enquanto que, o término da construção, incluindo as portas e janelas, aconteceu em 1852. Para marcar a conclusão dessas obras da Igreja Matriz, o Senhor Antônio Joaquim de Lemos, junto com o Pároco colado Padre Agostinho de Godoy e Vasconcelos, encontraram uma forma simples e criativa, de onde podemos ver o precioso registro esculpido, em baixo relevo, na parte interna da porta principal, declarando que o oficial carpinteiro Luiz Thomé Roza de Oliveira fez as portas e janelas. E ao lado direito da mesma porta uma quadrinha em verso: “Os defeitos que vires todos devem desculpar, porque quem ao público serve nunca a todos podeis agradar”. Registro de 29 de janeiro de 1861.
Em 1868, parte da parede, ao lado esquerdo da Igreja Matriz desmoronou. Só depois de muitos apelos e campanhas para conseguir recursos financeiros e humanos, apareceu o arquiteto capuchinho Frei Caetano de Messina, que em seis meses consecutivos, durante o dia trabalhava na reconstrução da parede e a noite pregava as Santas Missões. Frei Caetano foi o criador da fachada da Igreja Matriz, em estilo Neo-clássico. Nas fotos da época, podemos ver o símbolo franciscano, em azulejo: dois frades que sustentam um ostensório. Nas tesouras do madeiramento constava o registro, gravado na madeira, onde revela o nome da família que ofertou a peça, com data de 1873, indicando assim a conclusão da obra.
Em 1877, houve a maior seca da região, assim vieram as orações e pedidos à intercessão de Nossa Senhora e de São Sebastião, socorro por água, e quase por milagre veio a descoberta dos poços preto, que deu o nome ao Sítio Poços Preto, o único lugar com água que atendia a população da região.
Em 1882, com o início da campanha de reivindicação para a elevação de povoação à Vila do Altinho, foi construído o marco do campanário (conhecido como a primeira torre). Toda edificação da Igreja Matriz era original, com telha canal, onde a água escorria do alto a baixo causando grande desconforto aos frequentadores. Dentro da Igreja Matriz existia o belíssimo púlpito, em madeira nobre, ligado à janela central ao lado direito, onde o padre fazia as homilias e os missionários os sermões, época em que não existia serviço de som apropriado. Havia ainda a belíssima grade divisória do altar-mor, conhecida mesa de comunhão.
Um dos movimentos mais antigo da paróquia, oficialmente registrado em 19 de janeiro de 1891, é o Apostolado da Oração do Coração de Jesus, cuja Imagem do Coração de Jesus está entronizada no centro do altar principal, indicando assim que a devoção vem desde os primeiros habitantes. A Associação fundada na paróquia pelo saudoso e ilustre Padre Manoel Zacarias de Souza Lira, tornou-se um dos pilares de sustentação da vida espiritual da comunidade.
Em 1924, o Pe. Joaquim Thaumaturgo reformou a Casa Paroquial e na fachada inseriu o estilo Neo-clássico, combinando assim, com a fachada da Igreja Matriz.
Em 1937, a comemoração do centenário da paróquia, onde destacamos a importante atuação do Monsenhor Bernardino de Carvalho, especialmente, quanto a programação com grande mobilização e a participação das paróquias circunvizinhas. Fez parte um frutuoso trabalho pastoral, entre outras, a entronização do quadro do Coração de Jesus em todas às casas dos sítios e da cidade. Devoção mantida até hoje, onde podemos ver que na maioria das residências, logo na sala de entrada existe na parede a imagem do Coração de Jesus. Louvamos o precioso trabalho do Pe. Francisco de Água Preta, autor e executor do projeto do monumento do Cristo. Um marco do centenário que foi entronização e abençoado pelo ilustre filho de Altinho Dom João da Mata, na época, era Bispo de Cajazeiras. Evento que foi considerado o maior fato da história da Paróquia de Nossa Senhora do Ó, com um público, estimado em 40.000 mil pessoas. Como marco histórico arquitetônico temos: a Igreja Matriz; o Monumento do Cristo Crucificado; a Praça do Centenário e o Teatro Paroquial, cujo registro, consta no livro de tombos.
Em 1953, a Igreja Matriz necessitava de várias obras estruturais, tais como: a substituição do madeiramento e o telhado; construção do primeiro forro em estuque; a substituição do piso tijoleta por mosaico. E por conta do espaço, foi retirado o púlpito e lacradas com alvenaria as janelas laterais.
Em 1957, foram construídos pelo Sr. Osvaldo Antônio de Amorim (Dau) os primeiros bancos seriados, parte deles, se encontram na Igreja do Sagrado Coração de Jesus da Vila Nova.
Em 1971, a cidade foi severamente castigada com a peste dos grilos em Altinho, algo nunca visto em nenhum lugar. O noticiário ocupou as manchetes dos jornais e revistas, a nível nacional e internacional. Depois de várias tentativas da Prefeitura para resolver o problema, com inseticidas, sem sucesso, o Pe. Pedro Solano, iniciou a semana fazendo toda tarde uma procissão diária com a imagem de São Sebastião, rezando junto com o povo. Em poucos dias, veio uma forte chuva que acabou com todos os grilos. Entendemos esse fato como sendo um verdadeiro milagre: da Mãe que cuida e do Santo que protege.
Em 1986, como parte das comemorações dos 150 anos da paróquia, o Sr. José Batista Guerreiro, com recursos próprios, construiu o segundo campanário (conhecida como a segunda torre). Em 1987, sob a liderança do Pe. Geraldo Sposito a grande festa do sesquicentenário da paróquia, que seguiu o mesmo estilo da programação do que aconteceu na comemoração dos 100 anos.
Em 1997, por graça de Deus recebemos a Comunidade das Irmãs do Santíssimo Sacramento, que muito tem contribuído na Evangelização da comunidade paroquial, prestando assistência efetiva as pastorais, aos movimentos e serviços da paróquia.
Em 2003, houve a substituição das telhas inglesas e a aquisição dos bancos da Igreja Matriz, em madeira de angelim.
***Em 2006, teve início os trabalhos de manutenção e restauração na Igreja Matriz, onde mais de trinta obras foram executadas. Obras estruturais, manutenções, compra de equipamentos, restauração dos altares e imagens, restauração do Monumento do Cristo, manutenção da Casa Paroquial, Teatro Paroquial e as salas da catequese (período 2006/2012). Desse item, falta o conteúdo a ser escrito para ser publicado posteriormente.
Na paróquia passaram vários sacerdotes e missionários, que de alguma forma marcaram sua presença nos serviços de evangelização e contribuíram na salvação de muitas almas. Altinho nesses 326 anos de criação da Fazenda Nossa Senhora do Ó, teve sempre a presença e a atuação de um povo bom e generoso. Quando aqui chegaram os primeiros habitantes, existia no território uma exuberante floresta, cortada pelo Rio Una e os riachos Cabeleira e Taquara, na região dos brejos a rica e bonita Mata Atlântica, com inúmeras nascentes de água cristalina da melhor qualidade, nas outras regiões a caatinga de mata fechada, terra fértil, propícia à agricultura e a pecuária, em todas as estações do ano um clima bom e saudável.
Comunidades Urbanas (Sagrado Coração de Jesus -Vila Nova - Mãe Rainha e Nossa Senhora do Rosário – Centro – Nossa Senhora do Santíssimo Sacramento – Centro Social, Boa Vista); e 17 Comunidades Rurais (Poços Preto, Merência, Gameleiro, Cruzeiro, V. São José, Quilombo, Chatinha, Carão, Letreiro, Cantinho, Mandioca, Porteiras, Umbaúba, Taquara, Guaraciaba e Gado Bravo).
Altinho é celeiro de Vocações, um Bispo Dom João da Mata de Andrade e Amaral. Catalogamos 16 Sacerdotes.
Padres filhos do município de Altinho:
- Pe. Antônio Alves Couto da família de José Vieira de Melo. Foi grande incentivador para a criação da Paróquia Nossa Senhora do Ó
- Dom João da Mata Amaral, 08/02/1898; Ordenação 1921; +07/11/1954 Padre e Bispo, foi responsável pela benção e entronização do monumento do Cristo
- Pe Nestor de Oliveira,
- Pe Sebastião Rodrigues,
- Pe Luís Gonzaga Rodrigues Duarte, religioso Redentorista, (01/1971)
- Pe. Lino Rodrigues Duarte (01/1972)
- Pe. Ediberto Alves de Oliveira, religioso Jesuíta (08/1983)
- Pe. Everaldo Fernandes da Silva (18/12/1987)
- Pe. Norivaldo Simeão da Silva
- Pe. Paulo Afonso da Silva (08/12/1996)
- Pe. Maciel Bezerra da Silva
- Pe. Kennedy Amorim de Melo (17/12/2004)
- Pe. João Bonifácio da Silva (19/02/2006)
- Pe. Sidcley Alves Machado (22/11/2008)
- Pe. Sandro Rogério dos Santos (10/01/2017)
- Pe. Wanderson Cleyton Torres (19/03/2024)
escrito por Walfrido Alves
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