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ALTINHO URBANO: As Bandas de Pífanos



A origem do pífano ainda é discutida e muito controversa. Alguns historiadores afirmam que o pífano é originário da Suíça, enquanto outros afirmam ser um instrumento indígena, de raízes nordestinas.
Independentemente de sua origem ser nacional ou não, o pífano foi introduzido, absorvido e adaptado, tornando-se integrante da cultura nordestina brasileira. É um instrumento muito usado na nossa região para animar festas e eventos.
A banda de pífanos é um conjunto instrumental de percussão e sopro, dos mais antigos e de grande importância na música folclórica brasileira e os instrumentos básicos são, geralmente: um par de pratos, dois pífanos, um surdo, um tarol e uma zabumba, sendo o pífano o comandante.
A nossa cidade também já foi contemplada, no passado, com esse tipo de folclore. No passado cheguei a conhecer e ouvir tocar a Banda de pífano de um senhor conhecido como “Cicero lagoa,” que além e tocar nas novenas do sítio e da cidade, também vi por diversas vezes a sua banda tocando na venda do Sr. José Lolinha.
Com o passar do tempo e tendo Cícero Lagoa falecido, ao que me parece eu continuidade a essa atividade cultural o Sr. “Antonio Lagoa” (já falecido), e aí, praticamente a banda deixou de existir.
Depois surgiu a Banda de Pífanos do Sr. Cícero Honorato (falecido) que com sua banda muito bem organizada, e bem vestida inclusive, oriundo da Vila de cachoeira Grande. Ele também tocava em vários lugares e eventos, inclusive nas festas de nossa cidade.
Certo dia fui procurar o Sr. “Zé Lagoa”, para perguntar-lhe sobre a existência da banda de pífano de “Cícero Lagoa” que existia acho que desde a década de 1940, porém, ao chegar em sua residência, apear de ter sido muito bem recebido, , fui informado de que o mesmo estava acamado e que não lembra mais de quase nada, tão pouco conhece as pessoas e com idade bem avançada.
Com a ajuda de Cláudio Mototaxista, fui à casa do Sr. José Antonio de Oliveira, conhecido como “Pequeno”. Ele nasceu no ano de 1954, sendo filho de Januário Antonio de Oliveira e Amara Claudina da Conceição; é casado com Dona Maria de Fátima da Silva e não tem filhos.
O José Antonio (Pequeno), disse que toca pífano desde os 15 anos de idade, e, atualmente é responsável por um grupo de cinco pessoas que forma a Banda de Pífano e que são elas: Josué, o filho de Louro, Martins, Zé do Padre (Zé da viagem), e o próprio Pequeno.
Pequeno, como é conhecido, com a sua banda de pífano, sempre se apresentou nas festas religiosas do Sítio Cabeleira – atual Guaraciaba – Sítio Cruzeiro, Sítio Carão, na missa de Dona Alice, nos terços, nas festas religiosas de nossa cidade, nas novenas do Sítio Mocó (Poços Preto), e muitos outros lugares.
“Pequeno”, afirmou que deixou de tocar nas festas da cidade porque recebia muito pouco e, além disso, para receber teria que abrir uma conta no Banco, o que para ele não compensava. Ainda segundo ele, para tocar tanto pela prefeitura tanto para tocar para a igreja teria que passar pelo mesmo processo. Também me disse que as músicas que mais gosta de
tocar são: Asa Branca, A Feira de Caruaru, as músicas de Azulão, músicas de Jorge de Altinho, A Briga do Cachorro com a Onça, o Café de Josué e outras.
Perguntando-lhe sobre o mestre Cícero Lagoa, disse-me que chegou a conhece-lo, mas que nunca tocou com ele, tocou sim, com Antonio lagoa (falecido). Falou que conheceu Cícero Honorato (falecido), que o mesmo era do Sítio Cachoeira Grande e que também tinha uma banda de pífano. Que chegou a conhecer também o Sr. Manoel Félix e João Félix que gostavam de tocar pífano e ambos residiam no Sítio Carão.
O Sr. José Antonio, “Pequeno”, mora na cidade há 22 anos, à Rua Dr. João Pessoa nº 172, onde se organiza os componentes de sua banda para ensaiarem e tocarem quando recebem um convite. Inclusive, se queixa pela falta de apoio, e incentivo, por parte dos representantes da cultura do nosso município. Me disse que ele e os demais componentes são pobres e que desejam muito que sua banda tivesse uma roupa (farda padrão), que ao que me parece é calça jeans, camisa estampada, ou xadrez, e chapéu de couro, e, desse modo, poder se apresentar melhor, mas que não tem condições de comprar com recurso próprio; salienta que tem muita gente que gosta de ver a Banda de Pífano tocando de forma bem organizada e bem vestida.
Autor: Antonio Airton de Barros -Professor Especialista no Ensino de História.
Para escrever este artigo contei com o relato oral do Sr. José Antonio de Oliveira (Pequeno).
Em, 28.02.2019.




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postado por Altinhoshow

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