Artigos

ALTINHO URBANO: Os Circos no Passado de Altinho, escrito por Antonio Aírton




O circo é uma manifestação artística popular que consiste em um grupo de artistas, com diferentes habilidades e que geralmente se apresentam-se em shows itinerantes, isto é, percorrendo várias cidades.
As companhias circenses costumam integrar malabaristas, contorcionistas, mágico, palhaços, além de outros engenhosos personagens com a finalidade de divertir e surpreender o público.
Quanto a sua origem, há indício que as artes circenses já eram praticadas há quatro mil anos em muitas civilizações da antiguidade, desde a China, Egito e Índia.
Contudo, foi no Império Romano que o circo se desenvolveu nos moldes que se assemelham ao que conhecemos hoje. Tanto é que a palavra circo tem origem etimológica do latim “circus”, que significa “círculo” ou “anel”. O termo remete a arenas romanas, lugares onde se praticavam esportes e lutas.
O primeiro grande circo que se tem conhecimento foi o Circo Máximus, construído, por volta do século IV a.C. durante a Roma Antiga. Mas após um incêndio, o Circo Máximo deu lugar ao Coliseu.
No Brasil, o circo teve início no século XIX. Foi nesse período que muitas famílias europeias aportaram no país e reuniram-se em guetos, nos quais compartilhavam a vida coletiva e manifestavam suas habilidades circenses.
O circo no Brasil está muito relacionado com as comunidades ciganas, que levaram uma vida nômade, sempre se mudando de lugar. Havia apresentações ao público com atrações como ilusionismo e doma e animais ferozes. Os espetáculos eram feitos sempre respeitando o gosto e o interesse dos espectadores.
Em nossa cidade, quando os circos chegavam eles eram armados na então conhecida Rua da Cadeia, atual Avenida Manoel Borba, onde fica atualmente a Rodoviária João Romão Batista, renomado Tabelião da época. Bem em frente ficava instalada a barraquinha do Sr. Luiz da Barraca, ou seja, por trás da barraca eram armados os circos.
Conversando com os amigos Arimatéia e Expedito Batista lembramos dos nomes de alguns dos tantos circos passaram por nossa cidade, dentre eles: Loides Maciel, Circo Continental, Circo Irmãos Lira, Circo do coquinho, Circo Veneza, Changrilar Circos, que foi instalado no pátio da SAIJA, Circo Luzes de Arribalta, entre outros.
Os palhaços mais atraentes que conquistaram o público altinense na época, foram os palhaços Garrafinha, que atualmente é Pastor de Igreja Evangélica na cidade e Catende, Coquinho da Purificação, que faleceu no ano de 2015 e a família reside nas imediações do Cemitério da cidade de Agrestina e o palhaço Lambretinha que foi assassinado e que possuía o bordão que dizia: “Mijoleta, dá uma pulata...” que na verdade era um boneco que ele jogava por cima dele próprio, ele aparecia dando chuto em latas e em tudo que encontrava pela frente.
Havia também as atrações musicais que sempre acontecia no segundo ato do espetáculo, havia a chamada um quarto de hora, que era antes e começar o espetáculo propriamente dito, só depois é que se apresentavam as atrações principais, e as e mais sucesso era a caravana de Ivan Bulhões, que traia, Bau dos Oito Baixos, Agenor Farias, Bode Preto; a Caravana do Canal 2 da cidade do Recife do apresentador J. Ferreira, Reginaldo Rose, José Ribeiro, Maurício Reis, Rodrigo, que cantava a música “Te amo demais, me amarro em você...”, Sandro Beker, Gretchen, além de outros artistas.
Tinha o homem que era enterrado vivo, que muitos acreditavam que ele estava morto embaixo da terra, mas que na verdade ele saía por trás do palco.
Um grande sucesso dos circos no passado de nossa cidade era as rumbeiras, que acabaram por atraírem “os fiéis” frequentadores do circo que para verem de perto as dançarinas eles ficavam em pé nas grades que dividiam as cadeiras do picadeiro. Dentre eles estavam o Sr. Ermenegildo, o Sr. Inácio Pinto, e o Sr. Ná, pai de Esquerdinha (todos falecidos). Quando as rumbeiras terminavam de se apresentar elas andavam no meio do público e também pelas arquibancadas que na época eram chamadas de poleiros e passavam um lenço colorido no pescoço dos homens para que eles contribuíssem com uma certa quantia em dinheiro.
Uma das músicas que as rumbeiras cantavam rebolando em parar era mais ou menos assim: É show, mariano é show/ É show, Mariano é show/ Remexedor, remexedor/ Meninos vamos embora/ para a Terra de Nazaré/ Só vendo o meu xuxu/ aos homens que estão de pé...”
Aí, elas abaixavam, levantavam e ainda davam uma reboladinha... Um grande frequentador e admirador das dançarinas era o inesquecível “Deda Baixinho”. Conta Expedito Batista que certa vez num show do cantor José Ribeiro, quando as rumbeiras começaram a se apresentar ele estava um pouco embriagado e partiu para cima de mulheres para beijá-las, foi preciso o pessoal da segurança interagir para contê-lo, mais, Deda deu muito trabalho nesta noite.
Contou-me Arimatéia que numa das últimas apresentações do cantor José Ribeiro aqui em Altinho, ele já doente pediu uma cadeira para se sentar no palco, mas uma das pernas da cadeira passou pela fresta do tablado do palco e o cantor acabou caindo. Dona Iraci (falecida), esposa do Sr. Manoel Ginete, tinha o cantor como o seu maior ídolo e correu para ajudar a levantar o cantor, inclusive a música que ela mais pedia opara que ele cantasse era a música “Erro de Matrimônio”.
Ainda segundo Arimatéia, em um show de Reginaldo Rossi, com o circo completamente lotado, Roberto Brasil se levantou e num tom de brincadeira disse alguma coisa se passando por um fã apaixonado e Reginaldo Rossi parou o show e fez uma tremenda vergonha ao mesmo que ficou tão envergonhado que desceu por trás da arquibancada e saiu pelo buraco da empanada do circo, lugar por onde os meninos costumavam passarem para assistirem o espetáculo de graça. Sí que havia um palhaço com uma tabica para espantar os meninos.
Outra pessoa que ra “cadeira cativa” no circo, era Jorge de Zé Caracol, quando o palhaço saia para anunciar o espetáculo ele era o primeiro a acompanhar. E, os palhaços na época, andavam equilibrados em granes pernas e paus pelas ruas pois não exista carro de som. Eles diziam algumas frases para os meninos responderem: 
- Hoje tem espetáculo? Tem sim senhor.
- As oito horas da noite? Tem sim senhor.
-Seu Mané Quim, Quim.
- E arrocha negrada: Eh,Eh,Eh...
Mais um pouquinho: Eh,Eh,Eh...
Tem malabarista: Tem sim senhor.
- Tem equilibrista? Tem sim senhor.
- Volveu, volveu: Sua mãe morreu.
- Vou ali e volto já: Vou comer maracujá
Terminada a propaganda voltavam para o circo e o palhaço colocava um carimbo no braço de cada menino para eles poderem assistirem o espetáculo sem pagar, mas não podia tomar banho para não apagar o carimbo.
Outra passagem importante na vinda dos circos para Altinho, foi a que envolveu o grande canto de forró Genival Lacerda, no momento ele ia se apresentar no circo Luzes de Arribalta. Genival era a atração da noite e estava fora do circo em uma caravana esperando o momento para se apresentar. Ele viu um dos funcionários do circo espancando um garotinho eu estava sentado em uma das cadeiras, dando na cara do menino. Genival não resistiu e foi até lá,, reclamou perguntando ao homem por que ele estava fazendo aquilo e o homem disse que era o filho dele, contudo Genival disse que aquilo não justificava tal atitude. Então ele chamou a dona do circo e soube que o agressor era o palhaço do circo. Resultado, quando chegou o momento do palhaço se apresentar ele teve que se desculpar publicamente.
Autor: Antonio Airton de Barros – Professor Especialista no Ensino de História.
Escrito em, 13.02.2020
Colaboração: José de Arimatéia Sobral, Expedito Batista.
Foto: Redes Sociais,


__Compartilhe nossas postagens, marque seus amigos e deixe todos bem informados.

postado por Altinhoshow

0 comentários:

Postar um comentário

__

Tecnologia do Blogger.