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ALTINHO URBANO: A TRADICIONAL PANIFICADORA SANTA MARIA FECHA SUAS PORTAS


Uma das primeiras padarias a ser instalada em nossa cidade, foi a “padaria de João Pedro”, que fica localizada à Rua Manoel Licó, no centro da cidade de Altinho – antiga Rua 4 de Outubro – e que ficou conhecida com esse nome porque as pessoas que iam comprar os seus produtos desde o passado, costumavam dizer: “vou à padaria de João Pedro”, que era o nome do proprietário, mas que na verdade o seu nome completo era João Pedro Celestino, também conhecido por “João Pedro Boleiro”, que faleceu no dia 2 de fevereiro do ano de 1978 na vizinha cidade e Agrestina PE.´
Durante muitos anos a padaria fabricou pães, bolachas, bolos, biscoitos, bolos de goma, bolo ligado, araruta e até suspiros e, muita gente procurava os seus produtos para revender nas feiras e também nas chamadas bodegas de antigamente.
Com o falecimento do sr. João Pedro Celestino, assumiu o controle do estabelecimento os filhos: Antônio Pedro Celestino, “Tonho de João Pedro”, (falecido), que colocou o nome de Panificadora Santa Maria, Lindalva, (falecida) e, posteriormente, as filhas, Júlia, Maria José e Rosalva, além de um neto do Sr. João Pedro, Walter Alves, que fazia a maioria das entregas dos produtos nas cidades de Cachoeirinha, Catende, Lage Grande e em alguns estabelecimentos comerciais de nossa cidade. Estes últimos ficaram no comando da padaria até o dia 1 de junho de 2019, quando deram aos seus clientes a triste notícia que nesta data estariam encerrando suas atividades.
Infelizmente, esta data, 1 de junho de 2019 certamente vai se tornar uma data marcante e, portanto, inesquecível para a maior parte da população de Altinho, pois muita gente, tanto da cidade, como também da zona rural, comprava os seus produtos e, havia umas pessoas que tinha verdadeira paixão pela tradicional mata-fome que era fabricada naquela padaria.
Desde muitos anos a padaria também disponibilizava aos sábados, que é o dia da feira em nossa cidade, uma barraca com todos os seus produtos para vender, e com o passar do tempo a Panificadora Santa Maria visando a melhoria do atendimento e melhor comodidade para seus clientes havia instalado uma lojinha na Praça Júlio Rodrigues Filho.
O produto mais famoso, mais tradicional e que era feito de forma inigualável e inconfundível pela equipe era sem sombra de dúvidas a mata-fome que era feita basicamente com a rapadura derretida e farinha de trigo. As pessoas que vinham à nossa cidade para visitar os seus familiares ou mesmo à passeio e o povo da cidade, sempre procurou comprar a mata-fome além de outros de seus produtos.
Quem já viajou de Altinho à Recife ou mesmo à São Paulo e que não comprou pelo menos um ou dois pacotes de mata-fome para dar a um parente ou a um amigo? Eu mesmo, todas as vezes que viajei de Altinho para São Paulo, sempre trouxe comigo alguns pacotes de mata-fome, aqui os meninos chamam de “pão-de-mel.”
No passado, por volta dos anos de 1970, a minha mãe também foi uma vendedora dos produtos da Padaria de João Pedro, inclusive chegou a ser muito amiga da família, principalmente de Lindalva.
Na reportagem da TV Jornal do Comércio Interior, e que foi ao ar em agosto de 2018, ao visitar as dependências da Panificadora Santa Maria, a repórter ficou entusiasmada com a forma de se fazer a mata-fome e ao provar a delícia afirmou que “ por mais de 70 anos a mata-fome era fabricada naquele estabelecimento e que foi esse o principal produto que tornou a panificadora famosa” e agora inesquecível. 
Também em bate papo com o meu amigo Arimateia Sobral, ele comentou que a padaria funcionou durante 102 anos! Ora, isto prova o tanto quanto a Panificadora foi tão importante para os lares altinenses por sua credibilidade e compromisso que teve de sempre oferecer produtos de qualidade e com um sabor diferenciado que durante todo o tempo agradou ao paladar do povo de Altinho.
Infelizmente é mais uma tradição de nossa terra que se despede, se colocando no passado e na memória coletiva de todos aqueles que puderam de algum modo usufruir daqueles produtos e de um atendimento maravilhosos que sempre tiveram.
Aos poucos Altinho vai perdendo suas tradições, removendo-as para o passado, e, como bem dizem as mentes coerentes, os jovens altinenses não veem outra alternativa senão deixar a sua terra natal e aventurar-se em outras cidades em busca de um emprego, e isto nas mais diferentes áreas.
Não ei se existe uma política de geração de emprego em Altinho ou projetos de incentivo para as pequenas empresas junto ao SEBRAE, por exemplo, que recapacite as pequenas empresas, o fato é que, muita compra fora do nosso município o que afeta ainda mais o comércio local.
Enfim, é lamentável saber que nossa cidade tem um presente tão reminiscente, quando teve um passado tão áureo.


Autor: Antonio Airton de Barros – Professor Especialista no Ensino de História.
Escrito em, 03.06.2019.
Fotos de alguns produtos José de Arimateia Sobral.
Foto de J.P por Antonio Airton – Compartilhamento do face de Walter Alves.
Foto da Lajinha: Compartilhado de Wellington Omena.
Foto da padaria: Antonio Airton.




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postado por Altinhoshow

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