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ALTINHO URBANO: Manoel do Aço, escrito por Antonio Airton




Conta a lenda que o homem de aço, super-herói, tem sua origem em Kripton, planeta natal de Kal-El, onde ele viveu muito pouco tempo, então chamado de Clark Kent, que com o passar do tempo demonstrou ter uma força descomunal.
Sua saga fictícia foi contada em vários filmes: “Superman – O Filme, de (1978)”; “Superman 2 – A aventura Continua” (1980), Super Man 3” (1983) e “Superman - O Retorno” (2006).
Eu, e alguns dos meus amigos, por exemplo, somos da geração do Super Homem, conhecido também como “Homem de aço”, e que apareceu no primeiro gibi em 1938, sendo, portanto, o primeiro super-herói a aparecer em revistas em quadrinhos.
Pois bem, hoje em dia quando o homem é muito trabalhador, disposto, corajoso e que gosta de fazer o bem, e tem competência para resolver diversas e, às vezes, inusitadas situações, as pessoas costumam atribuir os termos “homem de aço” ou “homem de ferro”!
Na nossa querida Altinho pelo que pude observar ao longo dos anos o acompanhando, por algum tempo bem de perto pois cheguei a trabalhar com ele e depois , mesmo de longe continuei observando a sua trajetória, foi quando pensei com os meus botões:” existe um “homem de aço dentro desse ser”, o seu nome verdadeiro ,Manoel Mário de Oliveira Filho. Ele que nasceu no dia 04.01.1947, e era filho de Manoel Mário de Oliveira (Manoel do Couro) e de Maura Maria de Oliveira, e, acho que por conta das características citadas anteriormente deram-lhe a alcunha de “Manoel do Aço”.
Manoel tinha como irmãos: Euclides Mario de Oliveira, Teresinha Vasconcelos de Oliveira, Alzira Maria de Oliveira, Orlando Mario de Oliveira (falecido), Severino Mario de Oliveira, Edilene Maria de Oliveira, Maria Oliveira (Mariinha), Valdemar Mario de Oliveira (falecido) e Evandro Mario de Oliveira. Segundo informações colhidas foram ao todo dezoito irmãos, sendo que oito morreram e ainda houveram três abortos- mais um motivo para se fazer jus ao cognome “Homem de aço”, que poderia ter herdado do pai!
Manoel Mario, ou simplesmente “Manoel Aço”, como era conhecido por todos os altinenses, era casado com Maria Luzia de Oliveira e juntos tiveram como filhos: João Luiz de Oliveira (falecido), Isac de Oliveira, que tornou-se um notável Bacharel em Direito, Severino Marcos de Oliveira, autônomo e Marcia Maria de Oliveira silva, que trabalha na área da saúde.
Manoel do Aço, tinha várias profissões: de pedreiro, encanador marceneiro, eletricista motorista, trabalhou durante muitos anos fazendo alpercatas de couro, e, por último montou um bar no centro da cidade com o nome de “Bar do Aço”. Ele que nasceu no sítio Demarcação de Altinho, e era um apaixonado pelo que fazia, e, segundo a sua esposa dona Maria -que nós a chamamos carinhosamente de “Dona Maria do Bar” - , o apelido que colocaram em Manoel também deveu-se ao fato de que ele era muito durão no jogo de futebol da época. Levava muita pancada e não havia quem o derrubasse, aí ficaram o chamando de” Manoel Aço”.
Eu, particularmente, quando redigi este artigo, fiz um paralelo de sua alcunha ao modo pelo qual ele enfrentou as dificuldades da vida para criar e educar todos os seus filhos e carregar sobre os ombros encaliçados pela labuta diária, o peso maior da responsabilidade de fazer de seus filhos pessoas dignas , éticas e detentoras de valores que implicam numa convivência sadia com o outro e com a sociedade na qual estão inseridos.
Me contou Dona Maria que uma coisa que marcou muito a vida de Manoel Aço, foi quando ele se viu endividado, há quatro anos atrás e passou a viver de juros o que virou uma bola de neve. Ainda segundo a sua esposa, quase houve um crime de morte por conta desses débitos, o que fez com que ele se revoltasse a ponto de colocar a própria casa à venda. Disse ela que isso marcou muito a vida à dois, contudo, conseguiu sair vitorioso.
Durante todo o tempo em que esteve em nosso convívio, pois faleceu em maio do ano de 2017, ele construiu velhos e bons amigos, e, sem desmerecer os demais, assinalo aqui, Arlindo Ferreira e José Zenildo (RO); Manoel sempre foi considerado pela esposa como um bom marido, um bom pai e que sempre se preocupou muito com os filhos, sempre procurou fazer qualquer coisa para não ver nenhum de seus filhos sofrerem.
Manoel do Aço, também muito contribuiu para a formação do Ipiranga, foi ele quem colocou os primeiros tijolos na construção da Danceteria do Ipiranga, e o primeiro tijolo no alambrado do campo do Ipiranga.
Ainda segundo Dona Maria, o que lhe incomodava bastante era a violência, principalmente aquela causada pelas drogas, dizia sentir-se triste ao ver um pai de família sofrendo com um filho envolvido em tal situação.
Em contra partida, a sua grande felicidade era ser romeiro e devoto do Padre Cícero Romão Batista, e, todo ano ele fazia uma viagem ao Juazeiro do Norte para rezar e visitar o horto do “Meu Padim Cícero”.
Pois é, o “Homem de Aço”, é fictício, mas, Manoel do Aço, apesar de tantas características de coragem e fortaleza, também era sensível e se desmanchava em lágrimas ao se comover com certas situações. E, depois de tantos anos de luta, de derrotas e de vitórias, de dignidade, chegou a ver os seus filhos encaminhados na vida quando partiram para o futuro, aí Deus o chamou e agora está na casa do Pai.

Autor: Antonio Airton de Barros – Professor Especialista no Ensino de História.
Publicado no Jornal Myster em, 04.09.2013


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postado por Altinhoshow

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