Ministério Público de Pernambuco (MPPE) investiga a suspeita de superfaturamento na Prefeitura do Cabo de Santo Agostinho, no Grande Recife. As investigações apontam que o ex-prefeito, Vado da Farmácia, eleito pelo PSB, mas atualmente sem partido, gastou R$ 2 milhões em reparos de carros da secretaria de Saúde. Entretanto, das oito ambulâncias apenas duas atendem a população de 200 mil pessoas. Na folha de pagamentos, teve funcionário que recebeu mais de R$ 230 mil em um único mês.
O pagamento para fazer a manutenção em todos os veículos da Secretaria de Saúde foi realizado no ano passado. Sob o valor de R$ 140 mil, uma das ambulâncias foi consertada quatro vezes em um intervalo de 15 dias. Uma nova custa R$ 110 mil. Os empenhos foram pagos ao dono da oficina Servcar. No local, eram feitas as manutenções de quatro veículos do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de um caminhão e de um ônibus da prefeitura.
Ao todo, as revisões custaram, em 2016, R$ 700 mil. Contudo, muitos carros ainda seguem quebrados. Este é o caso de outra ambulância, que a prefeitura pagou R$ 7 mil pelo conserto, mas continua sem funcionar. Agora, o veículo foi levado para outra oficina.
“Ela não tem nenhuma peça nova. Veio com o comando de válvulas com desgaste e o módulo de ignição com defeito. Agora, de peça nova nada foi colocado”, alega o gerente da nova oficina, Anisio Morais.
Os contratos são investigados pelo MPPE. “Há uma recorrência de avarias dessas viaturas e nós tivemos notícias de um possível desvio de recursos na prestação desse serviço de manutenção”, pontua a promotora de Justiça Alice Oliveira.
Na mira também do Tribunal de Contas do Estado, a prefeitura reajustou, no último ano da gestão, o salário de diversos cargos comissionados. A chefe de gabinete que ganhava R$ 8 mil passou a receber R$ 34 mil. Já o secretário de Gestão recebeu salários que variam de R$ 70 a R$ 80 mil. O secretário executivo de Finanças embolsou, só no mês de dezembro de 2016, R$ 232 mil. No mesmo mês, mais de R$ 5 milhões foram pagos a 50 pessoas com cargos comissionados.
“Salários além do teto e acumulação de verbas por parte de servidores. Chama atenção porque é um município que estava com carência de recursos e que, inclusive, enfrentava dificuldades tenha essa disponibilidade financeira para pagamentos de verbas indenizatórias em um final de mandato em dezembro de 2016”, completou a promotora.
Fonte:G1

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