Segundo os pesquisadores, a mazuca – ou mazurca – surgiu na Polônia e foi trazida para o Brasil pelos imigrantes espanhóis, e, tornou-se uma tradicional dança folclórica nos tempos da princesa Isabel.
É uma dança que tem ritmo e batidas nos pés para acompanhar e que se tornou uma manifestação dos pretos do congo, mas que na verdade misturam-se ritmos de origem indígenas e africanas
Em Pernambuco o coco de mazuca surgiu no fértil bairro olindense de peixinhos, muito embora em centenas de subúrbios ao redor do planeta exista essa cultura tão popular e riquíssima.
Na maioria dos lugares em que existe os grupos organizados de dançarinos, além da batida do pé, das palmas com as mãos, alguns grupos usam instrumentos tais como: ilús, ganzás, congos, pandeiros e zabumba. Compõem-se de homens e mulheres e tem um “puxador”, ou como alguns chamam, “um respondedor” das loas e, costumam vestir roupas estampadas.
Em nosso município, no passado, até por volta dos anos de 1970, também se vivenciava essa cultura popular. Apesar de não existirem grupos organizados para se apresentarem inclusive em outras cidades, sempre foi vivenciada em meio as famílias que residiam no campo, principalmente durante os festejos juninos e na época das colheitas.
Um bom exemplo da vivência dessa cultura popular em Altinho é do povo do sítio Brejinho de Cajarana que divide o nosso município com o município de Cupira. Lá tinha um pessoal que dançava mazuca mas que depois foi embora morar na vizinha cidade de Agrestina, contudo em cada recanto de nossa terrinha sempre teve alguém que gostava de fazer farra com a mazuca, era no Sitio carão, no Sítio Letreiro, no Sítio taquara... Nas noites de lua o pessoal se reunia para dançar mazuca e cantar toadas, inclusive uma dizia mais ou menos assim: “Oh Bela cadê teu brinco/Cadê o brinco de Bela/Minha morena ainda hoje chora/Ainda hoje chora/Ainda hoje chora.
O velho Barbosa (falecido) que residia à Rua Cel. Joaquim Alves dos Santos, antiga Rua da alegria, foi um exímio mazuqueiro. Ele costumava se juntar com os amigos para dançar e cantar bonitas toadas.
Uma outra localidade do nosso município onde as pessoas costumavam dançar mazuca era lá no Sítio Cabeleira, hoje Sítio Guaraciaba. Segundo Adjailson Manoel Carlos, Djair de Carlos que faz parte do Altinho show, quando era criança já via e ouvia falar dessa dança neste sítio. Ainda segundo ele, a mazuca naquela região já existia desde os anos de 1800, e alguns dos dançarinos era: Antonio de Timóteo, Cícero Timóteo, Trajano, filho de José Trajano (falecido), Joventina, mãe de Zaber e que é filha de Quitéria que acabou herdando a tradição de cantar as toadas. Também dançava a mazuca o senhor João Carlos, avô de Djair Carlos, falecido no ano de 1997, Antonio Monteiro, Zé Sebastião, José Pedro Nogueira, Chiquinha Boi, Maria Carlos, Lioza,o casal Antonio Sebastião e sua esposa Mirum, já falecida. Eles se reuniam para dançarem tanto nas festas como também para se divertirem no encerramento das colheitas de café e até mesmo no nascimento de uma criança.
Já por volta do ano de 2011 foi criado pela Associação dos Quilombolas de Guaraciaba através de sua presidenta Joice, um grupo de dançarinos de mazuca cuja cantadora de toadas é a senhora Quitéria, mais conhecida como Quitéria de Zaber e tem como respondedor Jasmelindo Rezador, filho de José Trajano.
Na vizinha cidade de Agrestina existe um grupo de dançarinos de mazuca com vinte três integrantes e que em 2007 chegou a gravar um CD “Mazuca de Agrestina”.
Nesse grupo os homens usam camisas quadriculadas e as mulheres usam vestidos estampados. A primeira dama do coco de mazuca se chama Amara Maria da Conceição. O compositor é o senhor Joaquim Sebastião da Silva, o “Til” de 84 anos; tem o cantor e compositor Valdir Manoel da Silva, o “Cotia” de 32 anos, e o dançarino “respondedor” das loas, José Sebastião da Silva, o “Zé Pretinho” de 62 anos, Dona Amara, além de outros integrantes.
Tudo começou quando eles se juntaram para fazer festas no Sítio Alegria em Brejinho de Cajarana. Formavam um grupo e também usavam os seguintes instrumentos: pandeiro, ganzá, zabumba, além da batida do chão.
Em Embu das Artes, cidade do interior do Estado de São Paulo, a professora Elem Rose Vasconcelos, vem desenvolvendo juntamente com os seus colegas de trabalho e toda equipe pedagógica da E.E. Odete Maria de Freitas, o Projeto Sarau que tem como objetivo geral incorporar os saberes das mais variadas culturas, dando ênfase à cultura nordestina aos conteúdos programáticos das diferentes áreas do conhecimento, homenageando grandes nomes, principalmente da cultura e da literatura brasileira e portuguesa, como forma de favorecer a compreensão das dimensões sociais e culturais de cada região e a sua consequente valorização.
O primeiro sarau foi realizado no ano de 2012 quando foi desenvolvido o tema: “Brasis”: Encontro das diferenças; tendo como professores colaboradores: Ilma Santos e Regiane Benício. O segundo sarau, realizado em novembro de 2013, teve como tema: “Literatura e Art”: Português e Inglês/Duas Nações, Uma Linguagem Universal. Teve como professor organizador: Célia, de Língua Inglesa; havendo exposição e apresentação de poemas em Português e Inglês e mostra da cultura do Brasil e dos Estados Unidos; Em 2016, foi realizado o terceiro sarau, com o tema: “Revisitando a terra da poesia”, tendo como professores colaboradores: Elaine Martins, Ilma Santos, Elizabete, Célia Macedo ,Priscila e Cássia. Em 2017, aconteceu o quarto sarau com o tema: “Homenagem a cultura e a Literatura indígena,” tendo como Professores colaboradores: Antônio de Jesus Rocha, Cássia, Elizabete, Everaldo, Fátima Furlan, Ilma Santos, Jhoni Assunção, Andréa Cavalcante Célia Macêdo, Lúcia e Admir Tonuzzo. Em 2018, foi realizado o quinto sarau onde trabalhou-se o tema:” Literatura Brasileira: Celebrando a nossa cultura:” onde mais uma vez se deu ênfase acultura nordestina, tendo como professores colaboradores: Ilma Santos, Rosângela Fernandes, Cássia, Rosilene Moura, Elizabete, e Admir Tonuzzo. Nesse sarau, poetas e autores brasileiros foram homenageados, bem como vários Estados do Nordeste e parte de suas culturas, através da dança, dos poemas, dos contos e dos causos ,além do teatro. O carimbó, o coco, a dança das peneiras e a MAZUCA, foram alguns dos elementos culturais apresentados pelos alunos no anfiteatro da Escola Odete Maria de Freitas, que por sinal foram muito bem elogiados pela habilidade nas apresentações.
Para saber mais sobre o grupo de mazuca de Agrestina acesse: http//Jornaldeumtostão.blogspo.com.br/2008/10/coco-mazuca-deagrestina.htm/
Autor do texto: Antonio Airton de BarrosEditado em, 02.11.2018
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