AMO AMAR ALTINHO
Altinho cidade do interior,Que amo com muito fervor
Pois foi lá onde nasci.
De alegria sempre me envolveu,
Com o seu povo bondoso,
Durante todo o tempo que nela vivi.
Altinho de bonitas praças,
De ruas arborizadas,
Das pessoas nas calçadas,
De noites desertas e sutis.
De festas tradicionais,
De inesquecíveis carnavais
Que me deixaram feliz.
Altinho cidade-mãe,
Onde muitos filhos foram criados:
Hoje Professores, médicos, advogados,
Promotores, Locutores, Desembargadores,
Magistrados, artistas e cantadores,
Poetas, poetizas, repentistas, compositores.
Bons Padres que em seus louvores,
Por Altinho à Deus sempre rogaram.
Lembro-me bem do Pe. Pedro,
Do Monsenhor Bernardino de Carvalho.
Do Monsenhor Lino Rodrigues Duarte,
Do Pe. Luiz Gonzaga Duarte.
Do Pe. Kenedy, Padre Sandro Santos e Pe. Everaldo.
Altinho dos Externatos,
Que ensinaram a ler e a escrever.
Das famosas procissões,
Para acabar com a peste dos grilos.
Da mulher do cabelão,
Que o maestro Félix de Barros narrava.
Altinho da Pedra e do Sítio Letreiro,
Do Brejo de Cajarana e do Sítio Quilombo.
Do Vilarejo de Taquara,
Que deu origem a família Omena.
Da cachoeira do Nestor,
Do Sítio Chatinha, terra da minha.
Do Sítio Ituguaçú, e do Sítio Sucavão.
Altinho de Izaias Cambira,
Do Bar de D. Chiquinha
E do hotelzinho de D. Ana.
Do famoso Hotel de Maroca,
Do banquinho de Maria Benvinda,
Onde a galinha era a mais gostosa.
Altinho das águas do Taquara,
Que Jorge de Altinho cantou.
Do Brejo de Serra e Cajazinhas,
Do Sítio Cabeça de Negro,
Hoje Vila de São José,
Onde minha irmã por muito tempo ensinou.
Da lagoa do terreno de Lucas,
Onde muita gente se banhou.
Do Sítio Cabeleira,
Hoje Guaraciaba.
Onde se dança Mazuca.
Do andarilho “Mutuca”,
Do inesquecível “Zé de Tuca.”
Altinho de Pedrinho e Ernesto Sapateiro,
De Luiz Frandeleiro,
Que muita panela soldou.
Do terreno do Estado,
Com um bonito laranjal,
E seus belíssimos coqueirais,
Coisas que não existem mais.
Altinho do Sítio Carão,
Que Paulo Bacalhau dizia
Que um dia iria de avião.
Das roqueiras nas paredes,
Nas noites de São João.
Altinho de famosas rezadeiras,
D. Zefinha, D.Angelina , D. Amara e Chica Cobra.
Dos noiteiros do Sr. Dão,
Do pacato João de Duda,
Do inesquecível Meluda,
Que vez por outra aparecia
Tocando a sua tuba.
Amo amar Altinho,
Porque feliz ela me faz.
Com o seu aspecto tenaz,
Faz me sentir seguro.
É um recanto do Nordeste,
Que dá prazer conhecer.
Altinho do passado e do presente,
Continuo amando você.
Altinho dos comerciantes,
Que foram nossos ancestrais:
Sebastião de Barros Correia,
Caetano Bento de Figueirêdo.
De Luiz Benevides de Melo,
E José Gomes de Moura.
De Inácio Pinto, Patrício e João Moura.
De Jacinto Bezerra da Silva
E Sebastião Alves de Oliveira.
Altinho de Pedro de Munã,
Do idioma de Tota Preto.
Também guardo na lembrança,
Onde hoje é a Igreja de Mãe Rainha,
Ali ficava um coreto.
Altinho De Zé de Tuca, João Quilio,
Da família de Caetano França.
Das professoras: Camélia Diniz
E de Adalice Diniz Moura.
Das aulinhas de D. Cula, Maria José,
Elas foram grandes educadoras.
Altinho do Cinema Santo Antonio,
Do Cinema de Eriberto.
Da bela voz de Negão,
Quando vinha anunciar,
Para toda a população,
Que o filme iria começar.
Altinho de Zefa do Ouro,
Da casa de Lurdão.
Da casa do motor,
De Francisco e Zeca tratorista
Ambos trabalhavam no Fomento.
De Manoel Licó da Fonseca Falcão,
E do Dr. Nestor Varejão.
Altinho da peste dos grilos,
Que assustou a população.
Do pastoril de Carmélia,
Na festa de São Sebastião.
Das canoas de Avelino,
Onde homem, mulher e menino
Corriam para se balançar.
De Waldir de Barros
Com a Voz do Município
Divulgando e levando música ao ar.
Altinho de Fausto Cauto,
Com sua voz estridente ao falar.
Dos mestres de obra:
Otávio e Chico de Zefa.
De Benvinda Augusta e Zé Baú,
Cuja saudade ainda me aperta o peito,
De Luiz de Melo e Maria Bamba, de Adolfo Ribeiro.
Dos banheiros de Mariano Belo,
Da padaria de João Pedro e Lindalva,
Do curtume de Manoel Pedro
Que com coro negociava.
Amo amar Altinho,
Por tantos filhos ilustres,
Que ela pode nos dar:
Dr. Antonio Ferreira de Lima, da Justiça,
Dr. José Alberto, Dr. Antonio Fernando,
Dedicados a medicina,
E tantos outros recentes, que orgulho nos dão.
Amo amar Altinho,
Porque pude conhecer.
O inesquecível João Tenório,
Carolina do Cartório,
Que tantos nomes registrou.
Amo amar Altinho,
Que tantos filhos humildes nos deu.
O engraxate Zoma e sua sutileza,
Ainda me lembro dos dribles do jogador Deca,
Da rapidez do jogador Brinquinho,
Do As do baralho Orlando,
Irmão do amarelinho.
Também lembro dos passos ligeiros,
E das rezas apressadas do sacristão “Dau”,
Mas que é representante da Justiça,
Com o cargo de oficial.
Também me veio na lembrança.
Os inesquecíveis violeiros.
Cariolano, João Horácio,
Pedro, pai de Zinho.
Geraldo, pai de Zé Paeta.
Antonio Luiz, Damião Tavares.
Com seus motes engraçados,
Que superavam as gorjetas.
Do repentista e poeta cidadão altinense
O inesquecível Zé Vicente da Paraíba.
Amo amar Altinho,
Por tudo isso e muito mais.
Por tantas coisas que já existiram,
E que há muito ficaram para trás.
(Escrito em, 20-09-1997)
Editado em, 08.11.2018.
Autor: Antonio Airton de Barros. Historiador.
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