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Artigo Altinho Urbano: Os Anos Dourados do Altinense Clube


Anos dourados foi um termo usado por grande parte dos historiadores para designar o período compreendido entre os anos de 1950 a 1980 no Brasil, principalmente no que se refere ao desenvolvimento econômico com o slogan criado no governo de “JK”, Cinquenta Anos em Cinco”, com o seu chamado Plano de Metas; a política, nos anos seguinte viveu o momento mais obscuro da História com o Golpe de 1964, que culminou com o fim das liberdades democráticas... Surgiram diversas manifestações artísticas: A Jovem Guarda, as músicas de protestos, os festivais, o Tropicalismo; a Copa de 1970 no México: Noventa milhões em ração/Pra frente Brasil do meu coração... Lembra? Criaram o slogan “A Pátria de chuteiras...,” “Brasil Ame-o ou deixe-o...”

Cada lugar do país viveu, com suas características peculiares os bons e os maus momentos desse período histórico, e, em nossa cidade a juventude daquela época também viveu bons e, de certo modo, menos maus momentos.

Na década de 1970, o Clube do Altinense ficava localizado á Rua Mel. Licó, antes conhecida como Rua Quatro de Outubro, onde hoje é a residência do Senhor Neto do Super Mercado Líder. Foi lá que a juventude e as famílias altinenses viveram grandes momentos, inesquecíveis encontros e grandes aventuras, enfim, viveram momentos felizes.

O Clube da AECA, como era conhecido, promoveu para os altinenses bailes inesquecíveis. Quem da época não se lembra dos: Mancines da cidade de Palmares, da Super Banda do Camarão, , dos conjunto Os Homens de Ouro, do conjunto de Ogírio Cavalcannte, Circuito Musical, Os Bárbaros da Boça, Os Trepdant’s, Embalo Z, Os feras, Os Geniais, da Orquestra de Frevo de Santa Cruz do Capibaribe, quando o clube promovia grandes carnavais, a Orquestra Super Oara de Arco Verde , o Conjunto Os Iguais, Os Nobres da cidade de Maraial...

Também chegou a tocar no Altinense um conjunto formado por jovens músicos de nossa terrinha, era os meninos da SAIJA: Zé Maria, Lilia de Delina, Wilson Alves (o Ralo), Totonho, Mário Moura, Luiz Antonio, dentre outros, e que tocaram certa vez por ocasião de uma festa do MOBRAL (Movimento Brasileiro de Alfabetização). Nesse período o presidente do clube era o senhor Homero Moura (falecido). Também chegaram a se apresentar no Cube Altinense artistas renomados tais como: Luiz Gonzaga, Trio Nordestino, Os Três do Nordeste, e o Coronel Ludugero, dentre outros.

Os presidentes que passaram pela direção do clube até então foram: Natanael Pereira de Andrade, Antonio Pedro de Assunção, José Ferreira de Omena, Antonio Costa Filho, Carlos Coelho de magalhães e Antonio Pedro Celestino. Lembro-me bem que os dançarinos mais assíduos eram: Homero Moura, Teinha filho do Sr. Antonio Alexandre de Oliveira (Sambu), Waldir de Cadete e Waldete Ramos, Edmilson do Cartório e família, Raminho Tibúrcio que gostava de dançar com Conceição irmã de Bosco, Severino Costeleta, José Carlos de Vasconcelos, Wellington e Lenilda Guedes, George, Orlando Aniceto (falecido), José, João e Tico Cosme, José Wamberto, Zé Leite, Carlos Tadeu e sua esposa Fátima Filgueira, Claudio carvalho, Luiz Carlos Rodrigues, este ainda chegou a tomar conta do som da discoteca do clube, Ademir de Chico de Zefa, Zenildo RO, José Rodrigues da Silva (Oraite), Washington, Adilson Benevides, Sargento Araújo, Antonio Ferreira Marinho, os irmãos Paulo e Zezinho

Camelo, Carlos Rodrigues, Júlio Claudio, Silvano e Sérgio do Sr. Berto Gordo, sua irmã Sônia, Carliomar, Valdinho e Zélia de Bidinha, Francisco de Loló, Francisco Fernandes Tavares ( Chico da CELPE já falecido), Édson Félix, Zé Chalegre, José Vital, Antonio Ângelo Wanderley, Leocádio Neves, Toinho Goleiro, José de Arimatéia Sobral, Dalva e Waldete de Maria de Pierre, Creusa Marques, Maria José de João Romão, Expedito Batista, Telê, Carminha de Sebastião Primo, Alba Valéria, Inácia Juvenal, Neide Juvenal, Juscelino Galinheiro, Eliinha Filho de Elias Gomes, Álvaro de Antonio Primo, Nazaré de Erundina, Pedro de Assunção Neto, Wellington e Nenen de Tião de Crispe, Ubiratan, Arlindo Lins, José Carlos Nascimento, Totonho Lins, Ivan, Iraildo, Antonio Anorindo e esposa, Jorge Porfíro (falecido), Esquerdinha, Rogério de Taquara falecido) Carminha Trajano, Clóves Benevides (falecido), Paulinho filho do Dr. Rossine Lemos, João Zito, José Leite, Álvaro filho de Chico de Zefa, Panelada, Zeneide, Zenilda e Carmem Lúcia Carvalho, Cláudio Carvalho, o Tabelião João Carvalho, José Batista Guerreiro, Orlando e Nivaldo Guerreiro, José Melânio, Bosco Omena, licélia Omena, Cristóvão Menezes e esposa, José Ferreira de Omena (falecido), Sávio, Saulo, Simone e Soraya Omena, Milton Chã e esposa (falecidos), Deda Chã, Geraldo do Bar do Bode, José Batista Guerreiro, Orlando e Nivaldo Guerreiro, Bosco Omena, Licélia Omena, Zezinho de Tuta, Geni de Tuta, Miriam Marques, Marlene Bezerra, Edmilson e Fáima de Gercino Birinda, Pai Chico, as filhas de Seu Paulo, Fernando Alves, Antonio Costa Filho (falecido),Moacir Omena (falecido) , Hélio Murrão, “GE”, Mauricéia Moura (falecida),Joaquim Cavalcante e família, o Dr. Eduardo Amorim e família, Ildete e Ione Pessoa, Petrúcio Rodrigues e Rosália, Dr. José Alves, José Alves da Silva (Peba),Zé de Didi, Antonio Cabeleireiro e sua esposa Edileusa, Meluda, Naldinho de Manoel Santos com o seu fusca verde e que rodava a madrugada inteira pelas ruas de Altinho..., Carlos Tadeu (falecido), Ademir Correia, Aneide, Cleto Correia, Cidinho de Manoel Santos, Zezé e Antonio Soares, Zelminho de João Caetano, Antonio Caetano (falecido), Everaldo filho de Seu Abílio, Rita de Dona Delina, Joãozinho Soares, Totonho Lins, Elias de Moisés, Luiz Antonio, Zé Baru e seu irmão Antonio, Ademar Feitosa e sua esposa Graça Feitosa, Adroaldo Sobral, Getúlio de Lucas, Alceu e Zeza filhos do Sr. Bertinho, Ontonio Oliveira, Carlos Loucura, Wilson Bezerra, Maurício de Zé Santos, Antonio Marinho, Gorethe de Dau (falecida), Júnio Andrade, Mario Moura, Aparecida Moura, Dr. Pedro Duarte, Pedro de Dora, Denilsinh e Genoveva, Dilson Oliveira e Suely Oliveira, Manoel Antonio, Joseval de Dona Ginu, José Wedson (falecido), Nazareno filho de Mauriceia Moura também já falecido, Antonio Caetaninho, Paulo Rusga, o Sr. Júlio, que era um Sargento da Marinha e outros que no momento não me veio à memória.

Sobre esse Sargento, lembro de algo engraçado: num determinado baile José de Anízio um amigo quase irmão, se desentendeu com o tal do sargento da Marinha por causa de uma ficha no balcão do bar do Altinense. Naquela época José andava aprendendo luta livre com o soldado Antonio Búzio, e, na confusão José foi dar um “ golpe no sargento, mas como havia tomado muita cerveja comigo, errou e caiu; eu muito amigo de José, desde a infância, vendo aquilo resolvi segurar Zé para ele parar com aquilo, mas ele desorientado ao invés de dizer “me solta compadre”, pois era assim que a gente se tratava ele gritava: segura o homem compadre! Sendo que estava segurando ele mesmo, ao invés de dizer “me solta compadre!” Aí acabamos caindo os dois e outras pessoas que estavam por perto acabaram ajudando a resolver a situação.

Naquela época a direção do clube era tão rígida, que “uma moça falada”, não poderia entrar, inclusive havia um diretor que era muito rígido nesse aspecto, ele ia buscar a pessoa no meio do salão- o Senhor Clóves Bezerra de Menezes.

Me contou Paulinho de João de Duda um fato muito curioso: é que todas as vezes que o conjunto musical Os Mancines da cidade de Palmares vinha tocar em Altinho, apesar de ser um grande grupo musical para a época, sempre acontecia um fato novo que vinha a atrapalhar o vento: energia na cidade, esqueciam algum instrumento musical e chegavam sempre atrasados.

O sistema de bebidas daquela época funcionava assim: o garçon atendia a todo mundo e a conta só seria paga no final da festa ou no dia seguinte. Com a administração de Natanael tudo mudou: o garçon era equipado de fichas cobrando antes ou no ato do pedido. Esse método de trabalho – segundo Paulinho de João de Duda - causou um grande reboliço entre aqueles que frequentavam as festas do clube, mas Natanael permaneceu imparcial e até hoje funciona dessa maneira.

Em 1984 aconteceu o pior, o que ninguém nunca poderia esperar, o glorioso clube do altinense desmoronou. Uma das tesouras de sustentação da cobertura cedeu pondo a baixo toda a estrutura do clube, restando apenas as quatro paredes. Na época houve um grande desespero, uma correria tremenda. Foi um dia de terça-feira, por volta das treze horas e trinta minutos. No sábado que antecedeu o fato tinha sido realizada uma festa com o nosso grande ídolo da música nordestina, Jorge de Altinho, o evento havia lotado o clube, esgotando todos os ingressos e toda renda foi revertida na compra de agasalhos (lençóis) para os mais necessitados da Vila Nova.

Na segunda-feira, houve uma reunião para a prestação de contas com a diretoria do clube e mais o Sr. Rubens Lemos e a senhorita Luiza lemos (Dona Nina), que seriam os responsáveis para comprar os agasalhos com o dinheiro que fora arrecadado. É quando surge a ideia da venda do imóvel em ruínas e em seguida com suor e lágrimas, construiriam um novo clube, ao lado do Estádio Políbio Lemos, onde funciona até hoje.

A ideia surgiu entre Natanael, José Ferreira de Omena, Joaquim Cavalcante e Souza, Antonio Pedro Celestino e Homero Moura. Todos os domingos era realizado um bingo em prol da construção do mesmo. Várias foram as contribuições para que o clube se tornasse uma realidade, dadas por altinenses presentes e ausentes.

Foram reservados dois dias para a inauguração: o sábado e o domingo. No sábado trouxeram com exclusividade o grande cantor e compositor Dominguinhos, diretamente de São Paulo. E no domingão, o então “Príncipe do Baião” Jorge de Altinho. As duas noites foram recorde de público, duas festas inesquecíveis... É isso aí, o Clube do Altinense e os altinenses, realmente tiveram uma história gloriosa e difícil de esquecer. Também no tocante ao social, foram “anos de ouro” tanto para o clube quanto para as famílias e para a juventude da época, hoje ofuscados pelo tempo.
Altinense 2018

Autor: Antonio Airton de Barros – Professor Especialista no Ensino de História.

Em, 07.12.2018




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