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ALTINHO URBANO: Saudades do Projeto Rondon, escrito por Antonio Airton


Cândido Mariano da Silva Rondon nasceu em Mimosa, no estado do Mato Grosso em 5 de maio do ano de 1865. Era filho de Cândido Mariano da Silva e Claudina de Freitas Evangelista da Silva. Perdeu os pais muito cedo, tendo que ser criado em Cuiabá pela tia, de quem herdou e incorporou o sobrenome “Rondon”.

Foi professor primário aos 16 anos, mas acabou optando pela carreira militar servindo como soldado no 2º Regimento de Artilharia a Cavalo, ingressando 2 anos depois na Escola Militar da praia Vermelha.

Em 1886 entrou para a escola Superior de Guerra onde assumiu um papel ativo no movimento pela Proclamação da República; fez o Curso do Estado Maior da 1ª Classe e foi promovido a Alferes (hoje aspirante oficial).

Graduou-se como Bacharel em Matemática e em Ciências Físicas e Naturais e participou dos movimentos abolicionistas e republicano por volta de 1890. Participou da construção de linhas telegráficas de Cuiabá, ao lado do seu grande parceiro Roquete Pinto, médico e educador e um dos responsáveis pela implantação do rádio no Brasil e idealizador da educação à distância, atingindo, inclusive, a região amazônica; fez levantamentos cartográficos, topográficos, zoológicos, botânicos e linguísticos da região percorrida nos trabalhos de construção das linhas telegráficas etc.

Por sua contribuição ao reconhecimento científico, recebeu várias homenagens, muitas condecorações de instituições científicas do Brasil e do exterior. Em 1955, o Congresso Nacional conferiu-lhe a patente de marechal.

O “Marechal Rondon” faleceu no Rio de Janeiro, em 19 de janeiro de 1958, com quase 93 anos de idade. Mas, o que é o Projeto Rondon? O Projeto Rondon é uma iniciativa do governo brasileiro coordenada pelo Ministério da Defesa, em colaboração com a Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação.

Entre os anos de 1967 e1989, quando foi extinto, o projeto envolveu mias de 350 mil estudantes de todas as regiões do país. Em 2005 o Projeto Rondon foi relançado pelo governo federal, a pedido da UNE. Tendo surgido no período da ditadura, tinha como objetivo maior promover o contato de estudantes universitários voluntários com o interior do país, através da realização de atividades assistenciais em comunidades carentes e isoladas.

A ideia do Projeto Rondon surgiu em 1966, na Escola de Comando de Estado Maior do Exército, um dos fatos que, talvez, explica inclusive a justa homenagem ao Marechal Rondon.

Foi na década de 1970 que o Projeto Rondon chegou à nossa cidade na gestão do então prefeito Júlio Rodrigues Filho. Os jovens universitários ao chegarem em Altinho ficaram alojados na Unidade Mista que por sinal estava em fase de construção.

Foi um período muito marcante na vida de grande parte da população de nossa cidade, principalmente do mais carentes, pois tiveram a oportunidade de serem assistidos em diversas áreas tais como: saúde, esporte, cultura e cidadania. Havia uma equipe, por exemplo, que juntamente com um grupo de alunos da cidade arborizaram diversos pontos da cidade, principalmente aquelas árvores plantadas na atual Praça Júlio Rodrigues Filho além de outras árvores que foram plantadas ao lado da Igreja Matriz de \nossa Senhora do Ó.

Nas atividades culturais, dentre outras ações, foi criado o Grupo Teatral JUAL (Juventude Altinense), do qual José Carlos Filho foi o presidente e tinha como atores alguns alunos que ainda lembro: Maria Auxiliadora, Iracema Araújo, Antonieta, Lourdes Rodrigues, Édson Félix, Carlos Guinho, dentre outros.

Na área da saúde havia atendimento por parte dos futuros médicos, odontólogos, inclusive, contou-me “lourinha”, que, certo dia eles trouxeram uma velhinha para extrair dente e o dentista do projeto extraiu de três a quatro dentes de uma só vez e a senhora teve que voltar com duas pessoas , cada uma delas segurando por um braço, a velha om a boca cheia de algodão. Isso mesmo, naquela época, quando se extraia um dente o dentista colocava um “tufo” de algodão na boca o paciente.

Também foram realizados diversos mine cursos. Na foto abaixo podemos ver a então aluna Maria Auxiliadora (Tica), recebendo das mãos do então Secretário de Administração, Fernando Antônio, hoje Dr. Fernando Antônio, renomado médico ginecologista e obstetrícia do Agreste Pernambucano; ao lado, o então futuro médico Vítor Hugo (à direita), e mais ao lado “Maria de Lanco”.

O Projeto Randon, pelo menos na primeira investida deu certo, foi uma atitude louvável por parte do governo federal. Novamente. credito que deveria ser incentivado e implementado mais uma vez, principalmente porque a cada ano sempre formam jovens médicos que tiveram apoio do FIÉS e de outros Programas do governo. Além do estágio, seria uma forma de, por um determinado período, ajudar a população carente do nosso país.

Autor: Antonio Airton de Barros – Professor Especialista no Ensino de História.

Em, 04.07.2019.

Foto: Antonio Airton.


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postado por Altinhoshow

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