O DETELPE (Departamento de Telecomunicações do Estado de Pernambuco) surgiu por volta de 1970 com várias atribuições, dentre elas a de fornecer dados para a Secretaria da Fazenda no que consistia à previsão da receita diária, mensal e anual dos municípios.
Foram instaladas no Estado estações de micro-ondas, algumas no interior – incluindo a cidade de Altinho – e a partir desta ação do governo do estadual a cidade passou a ter telefonia interurbana através de um rádio instalado no prédio da prefeitura, cujo operador era o saudoso Waldir de Barros Correia. Era ele quem intermediava a comunicação com vários municípios do interior do Estado de Pernambuco.
Segundo José de Anízio, “o operador Waldir de Barros cuidava das transmissões da prefeitura que eram enviadas para uma central que funcionava no Palácio do Despacho localizado na Avenida Cruz Cabugá, em Recife.” Ainda segundo José, quem também trabalhou no referido órgão ao lado de Waldir como estagiário em 1973, foi o seu irmão Jorge Assunção – o qual tempos depois tornou-se em um autêntico cantor e compositor, representante da música nordestina com o nome artístico de “Jorge de Altinho”.
Também me contou Edivanilson Batista que conversando com Petrúcio Rodrigues ficou sabendo o seguinte: “já por volta dos anos de 1980 o sistema de comunicação passou a ser por dezenas. Por exemplo: o número do telefone do Sr. João Caetano era o nº 35, o número do telefone de Petrúcio era o nº 16 e assim por diante.
As ligações eram feitas nas dependências da prefeitura sob a coordenação de Waldir de Barros – conforme já citado anteriormente – e para fazer uma ligação intermunicipal era preciso pedir permissão ao mesmo.
Somente no final da segunda gestão do então prefeito Júlio Rodrigues Filho – 1981 – foi instalado o sistema DDD e DDI e, durante a gestão do prefeito Carlos Henrique de Almeida Castro foram instalados alguns telefones residenciais que tinham o ramal 3739 (....).
A TELPE (Telecomunicações de Pernambuco) foi uma empresa operadora de telefonia do grupo Telebrás em Pernambuco cujas operações na telefonia fixa acabaram sendo absorvidas pela empresa Telemar, atualmente OI. A TELPE, portanto, por volta de 1998 fazia parte da empresa Telemar.
Relatou-me também Edvanilson: “em Altinho, o Sr. Arlindo Ferreira foi o responsável pelo Posto da TELPE com duas cabines e o mesmo ficava instalado na Rua Dr. Nestor Varejão e funcionava das 8h da manhã às 22h.
As pessoas quando precisavam fazer uma ligação e não possuíam telefone próprio procuravam a Telpe para fazer a ligação. Ao chegar no estabelecimento dizia o número e pagava pelo tempo da ligação. Muitas vezes tinha que enfrentar uma longa fila de espera.”
No intuito de melhorar a qualidade das ligações, tempos depois, foi colocado um poste para antena bem em frente do posto da TELPE e os usuários até que ficaram satisfeitos e continuaram a usar tal serviço.
Também foram instaladas em pontos estratégicos de diversas ruas da cidade os “Orelhões” que para usá-lo era preciso comprar as fichas telefônicas, o que facilitou bastante as necessidades dos usuários.
Tempos depois, a popularização da aquisição do telefone fixo, os orelhões espalhados pela cidade, o surgimento do telefone celular e o acesso e expansão da internet contribuíram para que esse tipo de serviço fosse perdendo a importância. Diante dessas mudanças, a TELPE de Altinho, depois de tantos anos de serviços prestados à comunidade também não resistiu à modernidade e encerrou as suas atividades.
Talvez despercebido dos olhos de muitos altinenses ainda restava um marco daqueles serviços: o poste com a antena que continuou no mesmo lugar até o dia 23 deste mês, data em que foi retirado. Deixou para trás uma história de prestação de serviços tão importante para aquela época ao povo altinense.
Apesar da TELPE não mais existir, o importante é que Altinho continua aliado aos novos formatos no que diz respeito a esse meio de comunicação tão importante que é o da telefonia. Atualmente, além dos telefones fixos e orelhões – ainda existentes – a cidade conta também com antenas (redes via satélite) que possibilitam as discagens dos aparelhos celulares e o acesso e uso da internet.
Escrito por: Antonio Airton de Barros.
Em, 28.08.2020
Colaboradores: Edivanilson Batista/Petrúcio Rodrigues/Arlindo Ferreira
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