José Joaquim da Silva (Zé Alexandre) assim conhecido por grande parte da população altinense, nasceu no dia 9 de março do ano de 1921 no sítio Cabeça de Negro, atual Vila de São José do município de Altinho.
Sendo filho de Joaquim Alexandre da Silva e Maria Luiza de Jesus, ambos agricultores que residiram no referido sítio e seus irmãos: José Alexandre, Amaro Alexandre e Quitéria Alexandre, ambos falecidos.
José Alexandre, viveu no Sítio Cabeça de Negro durante 65 anos exercendo a profissão de agricultor proprietário de pequena propriedade de terra onde costumava criar gado para a produção de leite, outros para engorda.
Ele realizou outras atividades paralelas: colocava roçado para a colheita do milho, do feijão, cortava lenha para fazer carvão usado no consumo diário. No intuito de gerar um pouco mais de renda para investir em outros negócios costumava vir à cidade em companhia do seu filho mais velho, Paulo, que o ajudava nos serviços diários para entregar a lenha que retirava do seu próprio sítio e transportava em um carro de bois, nas tradicionais padarias do Sr. João Pedro Celestino e João Caetano Sobrinho.
Também gostava de criar porcas parideiras e de possuir um bom cavalo para vir à cidade principalmente nos dias de feira e nos finais de semana.
Apesar de não ter grau de instrução, sempre gostou de investir na compra de lotes de terra para construir casas e depois vender, inclusive as duas últimas que mandou construir não chegou a terminar por conta da idade que já estava bastante avançada.
Casou-se em 11 de março do ano de 1959 com Maria da Glória dos Santos filha do casal Mauricio dos Santos e Maria Teodora da Conceição, sendo seus filhos: Maria Lúcia da Silva, Maria Risonete da Silva, Paulo José da Silva, Lurdes, Hilda e Maria das Graças.
Quando ele morava no sítio os seus vizinhos mais próximos foram: Zé de Pedro, Samuel e João Soares pai de Geraldo e Zezinho Soares. Sempre destacou os amigos Samuel irmão de Natanael, Nenem Tomé, dentre outros. Já estando morando na cidade sempre comentou sobre os amigos mais frequentes: João Brasil, Erivan, João Caetano, Severino, pai de Samuel, Samuel, Zé Pedro, Enéias Luiz da Silva, João Caetano e o seu sobrinho Gercino.
Nos dias de folga, principalmente aos domingos, costumava selar o seu cavalo ir ao encontro dos amigos para passear e participar de algumas farras. Vez por outra reunia a família, alguns amigos para juntos almoçarem em sua residência.
José Alexandre sempre foi um homem muito católico, devoto do Pare Cícero do Juazeiro, como ele costumava dizer: “sou devoto do meu Padrinho Cícero.”
Apesar de ter vivido em uma época de muitas dificuldades, sempre se mostrou uma pessoa de bem com a vida, alegre, deixando transparecer grande felicidade junto a família pela qual muito lutou para dar educação no intuito de que todos trilhassem pelo caminho do bem.
Depois de 65 anos morando no sítio mudou-se para a cidade vindo residir na Rua Coronel Joaquim Alves dos Santos, antiga Rua da Alegria, onde vive até os dias de hoje.
No dia 9 de março do ano em curso ele completou 100 anos de vida ao lado de sua filha Maria Lúcia da Silva, empresária do ramo de confecções, esposa do militar aposentado Jorge Silva (Bengola) sendo filhos do casal: José Jucelio da Silva, Juciel Jorge da Silva e Luana Mirelle da Silva.
Lúcia, pessoa com quem conversei, encheu-se de muito orgulho, de emoção ao se referir ao seu pai ressaltando que: “ ele foi um bom esposo, um bom pai que educou muito bem os seus filhos, sempre demonstrou muito carinho por todos, fez de tudo ou quase tudo para que não faltasse o básico para cada um eles. Construiu muitas amizades, envelheceu e ainda hoje fala muito em três grandes amigos: Dr. Milton, Dr. Morais Rego (ambos falecidos) e o Dr. Carlos de Castro. Agora ele se encontra em um estágio da vida vivendo como se fosse uma criança, dependendo dos meus cuidados e do carinho dos demais filhos que infelizmente, por força das circunstâncias moram distantes.”
Foi visível a emoção de Lúciia ao se reportar ao seu pai que, segundo ela, quando ele desfrutava de plena saúde costumava animar a casa com muitas conversas, brincadeiras, tantas histórias que gostava de contar das quais muitas delas ela acabou contando para os filhos que certamente contaram para os seus netos.
Por conta do momento difícil que o mundo está passando com a pandemia, além de outros motivos, não foi feita uma festa de aniversário para ele – inclusive eu fiz questão de não vê-lo por precaução – mas a família se reuniu no dia do aniversário para rezar e agradecer a Deus pela sua longevidade e, dentro do possível comemoraram este tão importante momento.
José Joaquim da Silva (Zé Alexandre) é mais um dos poucos altinenses que, com a Graça Divina, conseguiu alcançar este marco – neste caso mais de 100 anos – mesmo não gozando de plena saúde, contudo, o mais importante é estar e continuar vivo junto aos familiares, principalmente na companhia da sua filha Lúcia que tem sido testemunha ao longo do tempo de tantas histórias de luta, de superação, de alegria que permearam a trajetória do seu pai que, segundo ela: “ele aprendeu com o seu passado a trabalhar diariamente preocupado com o futuro da sua família. Possui um brilhante legado a deixar para os seus 7 filhos, 14 netos e 12 bisnetos. Legado este que é exemplo de uma longa vida marcada por grandes dificuldades, mas também de garra, superação, determinação e força de vontade, o que comprova que superar os obstáculos que a vida nos impõe é sempre possível.”
Confesso que fiquei surpreso, emocionado ao ouvi-la falar do orgulho e da admiração pelo coração maravilhoso que o pai carrega no peito.
Torcemos por José Alexandre que já está com 100 anos e mais alguns dias, para que possa, na vontade do Pai Eterno, viver muito mais anos de vida. Parabéns para ele!
Autor: Antonio Airton de Barros.
Escrito em, 30.03.2021, a partir do relato oral de Maria Lúcia da Silva.
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