Tecnologia

Segurança da informação tem salário de R$ 38 mil, mas não encontra profissionais; veja como entrar



Nunca a segurança da informação foi tão valorizada como de 2020 para cá. Isso porque só depois da pandemia que muitas empresas entenderam o quanto esse pilar é essencial para elas (entenda os motivos abaixo).

O problema é que o número de pessoas para trabalhar com segurança ainda é baixo por causa da falta de mão de obra qualificada. Para se ter ideia do problema, a área apresenta o maior déficit global de talentos, segundo levantamento do Google for Startups.

E olha que os salários são bem altos, podendo chegar a quase R$ 40 mil.

O g1 conversou com profissionais de cibersegurança, executivos de grandes empresas e associações que representam o setor. Com base nestas conversas, a reportagem traz, a seguir, uma série de dicas práticas para quem deseja iniciar ou migrar para o ramo da proteção.

 O que esse profissional faz e como está o setor

É responsável por gerenciar o setor de segurança de uma empresa e tem como objetivo proteger dados e informações sensíveis. Ele ajuda a blindar de possíveis ataques cibernéticos, mas também pode estabelecer políticas de segurança.

Infosec, cibersegurança, segurança cibernética e cyber security são sinônimos da área. Veja como está o setor:

🏴‍☠️ As empresas acenderam o alerta e passaram a olhar a sua segurança com mais atenção a partir 2017, quando houve o ataque massivo do vírus WannaCry. Nesse episódio, criminosos geraram um alerta mundial ao afetar várias empresas, inclusive no Brasil. Segundo a agência France Presse, os computadores delas foram infectados por um vírus "ransomware" e os criminosos exigiam um resgate de até US$ 600 em Bitcoins para deixar o controle dos equipamentos;

👎 Mas esse incidente, até então sem precedentes, não foi suficiente para mudar o cenário da segurança da informação, diz Edivaldo Sartor, professor do curso de graduação em defesa cibernética da Faculdade de Informática e Administração Paulista (Fiap);

➡️ Avança para 2020: no auge da pandemia, com o avanço da digitalização, o número de ataques virtuais a empresas explodiu. Nisso, as companhias entenderam que um vacilo de segurança pode afetar todo o funcionamento delas. Muitas, então, passaram a investir e a contratar pessoas especializadas;

📘 Ao mesmo tempo, aqui no Brasil, elas foram forçadas a seguir a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que entrou em vigor em 2020 e, portanto, precisavam de profissionais de segurança para se adequar à nova legislação, explica Ana Paula Bialer, integrante do conselho nacional de proteção de dados, da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD);

💼 "É um setor que demanda bastante e que precisa de um profissional extremamente especializado. Ele está em alta devido ao alto volume de transações on-line financeiras, de compras e, obviamente, tudo o que diz respeito a dados pessoais", diz ao g1 André Barrence, chefe do Google for Startups;

👀 "Temos muitos golpes no Brasil e eles são criativos. É uma diversidade de problemas que você não vê em outros países, e isso abre espaço para quem quer entrar", conta Marina Ciavatta, especialista em conscientização em segurança da informação, que trabalha há mais de 10 anos na área;

🏃‍♀️ Só que existe uma dificuldade muito grande em encontrar e reter talentos, pois a rotatividade é alta. As pessoas acabam recebendo ofertas melhores o tempo todo. Essa escassez tem feito com que empresas busquem a terceirização, contratando outra companhia que ofereça segurança da informação, explica Roberto Engler, líder de segurança da IBM.

💰 Para a Brasscom, a associação que representa as empresas de tecnologia, segurança cibernética é uma tendência para 2023 e os gastos nacionais com soluções de proteção crescerão 13% este ano, atingindo US$ 13 bilhões.

O salário é alto mesmo?

Marina Ciavatta, profissional de segurança da informação, conta que cibersegurança paga bem e que existe um plano de carreira muito amplo dentro das empresas, ou seja, é difícil ficar estagnado e, assim, o salário também aumenta.

"É uma área que tem muito fluxo de pessoas, então, é comum ver o pessoal migrando de uma empresa para outra em intervalos curtos de tempo. Obviamente, é nessa que o salário sobe", explica Ciavatta.

Dados da consultoria Robert Half compartilhados com o g1 mostram os profissionais mais procurados e os respectivos salários:

Analista de Governança, risco e compliance (GRC): entre R$ 11.850 e R$ 18.150

Especialista de Governança, risco e compliance (GRC): entre R$ 17.750 e R$ 22.600

Pentester: entre R$ 13.400 e R$ 18.400

Analista de DevSecOps: entre R$ 14.650 e R$ 24.500

Coordenador de cibersegurança: entre R$ 17.350 e R$ 23.750

Gerente de cibersegurança: entre R$ 23.100 e R$ 38.700

Para um cargo de analista de segurança da informação, que é a porta de entrada para quem quer construir carreira nessa área, a remuneração média está entre R$ 4 mil e R$ 8 mil por mês, segundo o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar).

O que devo estudar para começar?

Como os holofotes para esse universo chegaram há pouco tempo, os cursos de segurança são relativamente novos e ainda existem poucas opções disponíveis no mercado. Ué, então, por onde começar?

Por outras graduações de TI, como sistemas de informação, ciência da computação, rede de computadores e desenvolvimento. Elas são importantes para se ter uma base, mas depois é preciso procurar um curso técnico de segurança, por exemplo, para se especializar;

Pesquise por cursos livres ou graduação, como defesa cibernética e segurança da informação. Eles são novos e ainda não estão disponíveis amplamente em todas as instituições de ensino, mas já ajudam.

Frequente eventos de tecnologia, afinal, eles são ótimos para fazer contato, buscar mentorias e encontrar oportunidade profissional. Pessoas ouvidas pelo g1 contam que conseguiram emprego graças a essas oportunidades.

Busque por conteúdos e estude tipos de ameaças cibernéticas, como malware, ransomware, phishing, engenharia social e ameaça persistente avançada.

Opções para encontrar a sua bolha

Profissionais consultados pelo g1 indicaram alguns hackerspaces (junção de hacker e espaço) gratuitos ou sem fins lucrativos que podem receber e orientar quem está começando. Veja algumas opções:

Garoa Hacker Clube: comunidade de segurança que promove a troca de conhecimentos em TI para quem está em São Paulo, daí o termo "garoa".

Mate Hackers: grupo que realiza encontros, palestras, cursos e outras atividades de infosec para quem está em Porto Alegre (RS).

Devs Norte: considerada a maior comunidade de tecnologia do Norte do Brasil. Tem eventos, palestras, workshops para promover a educação na área.

Menina de Cybersec: liderada por Sabrina Ramos, a comunidade é voltada para iniciantes em infosec com materiais de estudo, lives, podcasts e cursos gratuitos.

Women in Cybersecurity (WOMCY): organização formada por mulheres e com programas para elas entrarem e desenvolverem carreira em infosec.

Mente Binária: projeto gratuito de educação e conteúdo sobre tecnologia da informação que recebe iniciantes desse universo.

Hackers do Bem: programa formado em parceria entre a Escola Superior de Redes da RNP e o Senai, que oferecem formação gratuita (EAD) em segurança da informação.

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postado por Altinhoshow

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