Numa época em que a população não contava com assistência à saúde, com políticas públicas oferecidas pelos governos, a fé cristã e a esperança representavam o sustentáculo de suas vidas. Nesse contexto, São Sebastião, como o santo protetor contra a peste, a fome e a guerra, passou a ser muito procurado e venerado pelo povo da região. Assim desde a criação da Fazenda Nossa Senhora do Ó em 1698, a devoção, o culto a São Sebastião, fazia parte da vida das pessoas. Com a construção da Igreja Matriz em 1829, ergueram-se os altares em honra a Nossa Senhora das Dores e a São Sebastião. Em 1855/56 com a epidemia do cólera, a população recorreu a intercessão de São Sebastião.
Conforme registros nos arquivos paroquial, até certo período, os festejos a São Sebastião limitavam-se as celebrações religiosas, animadas por corais e a banda musical Santa Cecília. Na estrutura da festa tinha pessoas escolhidas, dentre o povo, para funções importantes: Juiz da Festa, Juiz da Bandeira. Na abertura do tríduo a bandeira de São Sebastião era hasteada na frente da Igreja Matriz, lá permanecendo até o final da festa, quando então era levada em procissão para a residência do Juiz da Festa escolhido para o ano seguinte. Com tantas graças recebidas as pessoas generosamente ofereciam animais e objetos ao santo. Com essas ofertas, surgiu a necessidade de realizar leilões em prol das atividades da igreja. Naturalmente, vieram as quermesses, o carrossel, as canoas e pequenas barracas com alimentos. Desta forma, surge a festa de rua.
A partir da década de 1940, a festa de São Sebastião, por acontecer no mês de janeiro, mês de férias, aos poucos a festa de rua tornou-se um motivo de encontro dos altinenses com seus familiares. Assim, aos poucos ia atraindo pessoas residentes em outros municípios a participarem das festas. Cada ano novas atrações artísticas, a exemplo do que aconteceu no ano de 1943, quando houve a participação do coral formado por oito artistas da Rádio Clube de Pernambuco (P.R.A.8), entidade que na época tinha os melhores artistas.
Um fato marcante foi a ação intercessora de São Sebastião quando da epidemia dos grilos em 1971. Depois de várias intervenções sanitárias por parte dos agentes de saúde, ações de governos, sem sucesso, o Pe. Pedro Solano resolveu fazer todas as tardes uma procissão com a Imagem do Santo, rezando e convidando o povo a rezar. Depois de uma semana, aconteceu um milagre, deu uma grande chuva e acabou com todos os grilos, fato que fez crescer ainda mais a fé do povo e a devoção ao santo protetor.
Na década de 1980, a festa entrou oficialmente no calendário municipal, chegando aos dias de hoje como uma grande festa da região.
Escrito por: Walfrido Alves de Oliveira.
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