O Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e a iyalorixá Jaciara Ribeiro acionaram o Ministério Público do Estado da Bahia (MPBA) solicitando a expedição de uma recomendação ao governo do estado e à prefeitura de Salvador para que não contratem Claudia Leitte para quaisquer performances artísticas.
A cantora se envolveu em uma polêmica depois de trocar o nome de Yemanjá por Yeshuá que, para algumas religiões cristãs, seria o nome original de Jesus. A troca foi na música Caranguejo. Evangélica desde 2014, Claudia cantou "Eu canto meu Rei Yeshuá" no lugar de "Saudando a rainha Yemanjá".
É a segunda investida do Idafro e de Jacira Ribeiro contra a cantora. Na primeira denúncia, a argumentação era de que a alteração descontextualiza a música e demonstra desprezo e hostilidade por religiões afro-brasileiras, configurando discriminação. Eles ressaltam ainda que a Festa de Yemanjá, retratada na música, e a própria figura da Orixá são patrimônios culturais protegidos por lei, e que a ação da cantora pode ser considerada um ataque a esses bens.
O MPBA acatou o pedido do Idafro e da iyalorixá e instaurou um inquérito civil para apurar eventual responsabilidade da cantora Cláudia Leitte por danos morais causados à honra e dignidade das religiões de matriz africana.
Na argumentação de agora, o Instituto e a iyalorixá evocam a Convenção Interamericana Contra o Racismo, a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância assinada pelo Brasil na Guatemala em 2013 e promulgada pelo então presidente Jair Bolsonaro, em 2022.
Foto: Redes sociais
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