Artigos

ALTINHO RURAL: Sítio Mocó (Poços Preto) escrito por Antonio Aírton



Segundo relato oral do Sr. João José de Melo, o sítio Mocó, atual Poços Preto, faz divisa com o Sítio paz, com o Sítio Demarcação, Sítio Genipapo, Sítio Espinho Branco e também com o Sítio Boa Vista, chamado por muitas pessoas de Fazenda Esperança. Fica à quatro quilômetros da entrada da cidade e à dez quilômetros da cidade de Agrestina. O lugar possui um clima mais frio do que o clima da zona urbana.

O rio que passa pela localidade é o Rio Uma e também o Riacho de Manoel Bia e que deságua dentro do Rio Uma passando pelo Sítio paz, além do Riacho de Maria Tibúrcio desaguando também no Rio Una no terreno que foide Pedro Cosme, hoje de Cícero da Galinha.

As primeiras famílias que ajudaram a formar o pequeno povoado foram: a família dos Nazaros, dos Cosmo Dias, de Cícero de Lóis, de Lu de Tile, família dos Gambás, dos Soares, família de Manoel Felipe, de João Flor, dos Nestinos, família de Manoel Leandro, os Noratos, família dos Matias, os Liras, família dos Noel, os Motas, família de Sebastião Preto, a família Massau, a família de Tonho Rachado, os Bernardos, a família João Lira, de Chico de Mano, Catarina, a família de Manoel Guema, a família de Trajana, os Oliveiras, família Rodrigues, família de Zé Cabeludo, família de Chico de Mano, os Cajus, família de Nezinha, família de João de Guil, os Rufino, família de Ricardo Elias, de João Bernardino, a família de Enedina, a família de Simão, a família de Leobina, família de Zé Sabino, a família Catita, a família Silvino, família Carapanan, a família de Antonio de Zela.

Ainda segundo João, o primeiro nome do Sítio – Mocó – deve-se ao fato de que no lugar, no passado, havia nos lageiros, muitos mocóis, animais parecidos com o preá. Dai, os moradores do outro lado do rio chamavam mocóis quem morava na parte oposta. Nesse local, existem dois Poços Pretos, um que fica antes do Rio Uma e outro que fica do outro lado do rio.

A atividade econômica predominante na região é a agricultura, planta-se milho, feijão, macaxeira dentre outros. Grande parte das famílias produzem também peças de barro, principalmente panelas e potes (reservatório de água), e é uma cultura passada de pai para filhos.

No que diz respeito à religião, o catolicismo é predominante, contudo existe um certo número de evangélicos. Também existem dois rezadores tradicionais: Cariolano e Rita Pirangi.

Os primeiros professores foram: Zefinha de Ricardo e membros da família, Viljane dos Elois, Nevinha, Socorro, Sônia de Roque, Rogéria, Patrícia, Maria de Diu, André Melo e Thalia Mota. Atualmente lá existe a Escola Municipal Adalice Diniz Moura.

A fauna é constituída por preás, rolinhas, mico, beija-flor, patativa, nambu, anum, lavandeira, pardal, codornas, peba, teiú, seriema, salta caminho, espanta boiada e pouquíssimos animais peçonhentos; enquanto que a flora é constituída de algarobas, juá, mulungu, jurema preta, umbu, baraúna, caju roxo, aveloz (em extinção), espinheiro, aroeira, velame, jurubeba, cajá, bom nome, mandacaru, facheiro, urtiga, pé de gravatá e pau d’arco ( os nomes citados a respeito da fauna e da flora não se referem aos nomes científicos, mas sim, aqueles conhecidos popularmente.

No cenário artístico popular destacamos alguns artistas: Val Aboiador, Zé Pedro Aboiador, Manoel Carlos, o inesquecível “Pinto, de Enedina,” Tonho de Dora que tocava e cantava, João Barbeiro, que é compositor e Luiz Juvino, sanfoneiro, incluindo o Sr. José João que é vendedor de folhetos de cordel.

A culinária do lugar é bastante diversificada, destacando-se: cuscuz, feijão, jerimum, batata, fava, pamonha, canjica, macaxeira, guaru, molho de piaba, e pamonhada quando d época da colheita, além de outras.

Os festejos vivenciados são marcados pela festa de São João e São Pedro, pelas Novenas na época do Natal na Igreja de Nossa Senhora Aparecida - construída em de 2007- pela tradição do Judas, pelos forrós realizados no Bar de Zé Paeta e no Bar das Coleguinhas, este último localizado no Sítio Paz.

A energia elétrica chegou nessa localidade na segunda gestão do então prefeito da cidade o Sr. Carlos e Castro, por volta do ano de 1990, enquanto que a água encanada chegou no ano de 2015.

A primeira televisão e o primeiro rádio foram comprados por Ricardo e em seguida por Luiz Jovino. Chico de Zela quando veio de São Paulo trouxe a primeira radiola, da marca “silomag”, que rodava o disco com a ajuda do dedo “pra poder pegar embalagem”, ou seja, rotação.

O primeiro time de futebol foi o time de Ricardo, organizado no ano de 1930, depois é que surgiu o” Palmeiras do Mocó.” Os times eram patrocinados a princípio por Ricardo e depois pelo seu filho Manoel.

Os bares mais comntados de lá são: o bar de Ricardo, o bar de Luiz Jovina e atualmente o bar de Zé Paeta, este último oferece principalmente nos finais de semana, diversão para as mais de trezentas famílias que lá residem atualmente.

Me contou João que, Zuca Gambar, era um pescador que costumava dizer que mergulhava no rio para pescar na loca e que ia buscar o peixe numa distância de quatro metros e meio, ou seja, ele entrava na loca para ir buscar o peixe!!!

Contou-me também que que Neco de Dora, do Sítio Merência era um sujeito um tanto impaciente. Certo dia o carro dele atolou num lamaçal. Ele ficou muito nervoso e começou a se maldizer chamando muitos nomes feios. Então a sua esposa vendo a sua aflição o aconselhou a não chamar tantos nomes feios. Pediu-lhe então para chamar pelo “meu Padim Ciço.” E Neco imediatamente disse “Oxe, meu “Padim Ciço” não é fresco não, para sair do Juazeiro essa hora e vir aqui não!”

O Dr. Morais Rego era um engenheiro da construção civil oriundo da região metropolitana do Recife e que se tornou também um grande fazendeiro em Altinho, sendo proprietário da Fazenda Fortaleza, com terras que davam para o Sítio Mocó e que fazia divisas com o Sítio Furnas D’agua, Sítio Cabeça de Negro, Sítio Demarcação, Caraíbas e outros. As pessoas daquela região dependiam do trabalho da fazenda para sobreviverem. Além de empregdor o Dr. Morais Rego, como era conhecido, cedia terras para que os agricultores plantassem roçados. Nessa época, o administrador da fazenda era o Sr. Menandro, que com o tempo chegou a ser prefeito de Altinho. O administrador substituto dele foi um Sr. Vindo de Alagoas por nome de Sr. Freitas.

Segundo Barbalho: “Em Passos Pretos, Tereza do Sr. Laurentino, mata seu esposa à mão de pilão, em 1908.” (Barbalho, 1988, p. 508).

Autor: Antonio Airton de Barros – Professor Especialista no Ensino de História.

Escrito em, 01.03.2019, a partir de relato oral de João José de Melo (João Barbeiro) Fotos de Fernando Silva Melo


__Compartilhe nossas postagens, marque seus amigos e deixe todos bem informados.

postado por Altinhoshow

0 comentários:

Postar um comentário

__

Tecnologia do Blogger.