Quando o ano vai terminando, É tempo de repensar. De fazer uma varredura, E ver o que é possível mudar.
O que foi feito vira passado, É só o Ano Novo chegar. E o Ano Velho só será lembrado, Na hora de rememorar.
Procuramos reorganizar a vida, Coisas novas passamos a desejar. Pensamentos, superstições, Perspectivas que a vida possa melhorar.
No momento em que o Ano Velho, Vem ao Ano Novo se entregar. É feito uma grande festa, Abraços, apertos de mãos, Contudo, distante, solitário, um olhar há.
Um olhar da miséria, Da violência, da desilusão. Um olhar da desesperança, Da sede, da desnutrição.
Um olhar da vergonha, De ver tanta corrupção. Do descaso com a coisa pública, Um olhar, da falta de educação.
Um olhar de quem acredita, Que o mundo pode melhorar. O olhar do rosto de uma criança, Que foi subtraída do seu lar. Por infames seres humanos,
Desprovidos de amor ao próximo, Não deveriam ter olhos para enxergar.
Certamente no dia seguinte, Quando o povo acordar. Verá que só o ano mudou, O resto estará tudo no mesmo lugar.
As mazelas da sociedade, Muitas vão continuar.
Miséria, fome, violência,
A corrupção que ninguém consegue acabar.
Mas nas eleições que estão por vir, Será, de novo, hora de repensar. E usar sabiamente o seu direito, Na hora em que for votar. E dizer NÃO aos vitalícios do poder, Para que o Brasil possa melhorar.
Autor: Antonio Airton. São Paulo, 27.12.2017.
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