Os altinenses acordaram na última sexta feira dia 03 de Junho envolvidos num tom de sanfona e viola distintos. Ao barulho da chuva e o sentido petricor no ar, vários altinenses e fãs renderam homenagens ao forrozeiro Jorge de ALTINHO. Nascido nesta data a 70 anos atrás no bairro de Salgadinho, da histórica e patrimônio mundial Olinda, Jorge Assis de Assunção, filho de Anízio Brasilino de Assunção e Maria Assis de Assunção foi batizado na Igreja de São Judas Tadeu, no mesmo bairro, em frente ao Centro de Convenções de Pernambuco. Coincidentes fatos eram mais que premonitores do seu verdadeiro batismo pelo Rei Luiz Lua Gonzaga e, o Jorge Assis tornou-se o Príncipe do Baião ao carimbo apadrinhado do maior sanfoneiro e poeta do sertão Luiz Gonzaga. A cidade de Altinho foi peculiar ao menino Jorge que de sua infância privilegiada aos banhos de rios, no Una e Taquara e estudante do grupo velho ou Grupo Escolar Professor Francisco Joaquim de Barros Correia, demonstrava carisma e liderança entre os altinenses e assim fundou os times de futebol infantis Estrela e o Cruzeiro, sendo o futebol uma das suas paixões. Contudo, a canção "Menina Linda", de Renato e seus Blue Caps, sucesso dos The Beatles, trilhou o gosto pela sua paixão iminente e permanecida inspiração, nascendo o envolvimento musical sob os coqueiros do colégio Barris Correia e ouvindo Zé Maria, filho de um grande seresteiro daquela cidade. Das festas do colégio ao destino preparado, iniciou busca pelo aperfeiçoamento e entrou para a escola de música do município, participando da filarmônica, o que foi muito útil e fundamental em sua carreira.
No ano de 1974 foi aprovado num concurso público e tornou-se servidor da Secretaria de Transportes e Comunicações do Estado de Pernambuco e passou a trabalhar no sertão por seis anos, nas regiões do Sertão Central, Moxotó, Araripe e São Francisco. E transformou aos poucos a sua experiência em composição musical fundamentadas nas raízes nordestinas e o destino mais uma vez promoveu Jorge com um encontro casual, encontrando o tradicional Trio Nordestino que teve afinidade direta com suas músicas e logo gravou: "Sapo Cururu", cadê o cururu... e "Fole de Ouro", puxe o fole Januário... uma homenagem ao pai de Luiz Gonzaga, em seguida, "A Separação", ninguém quer sofrer... "Forro Quentão", é o forró quentão... "Amor Demais", amor como o nosso eu tô pra ver... "Chamego Proibido", eu quero ser seu amor... "Mané Gambá", com Luiz Gonzaga e o inesquecível Petrolina-Juazeiro, remasterizado por por Alceu Valença, Geraldo Azevedo, Elba Ramalho e outros. Jorge gravou seu primeiro disco no ano de 1980, pela Emi-Odeon, com 12 músicas de sua autoria mas o sucesso surgiu dois anos depois, em 1982 e mais ainda, em 1983. O disco Canto Livre, Jorge pôde inovar o forró usando seu talento natural de garimpeiro da arte sertaneja e a contribuição da sua formação musical filarmônica entoou forte inspiração ao ouvir a orquestra do maestro Camarão, de Caruaru, adicionou o sax, o piston e trombone, a sanfona, triângulo e zabumba, instrumentos básicos que compõem a música nordestina, desse talento natural de músico com originalidade, foi pioneiro ao introduzir os metais no forró e o Jorge de Olinda consolidou-se Jorge de ALTINHO para o mundo com a bênção do Lua que o imortalizou como o Príncipe do Baião.
Parabéns Jorge de Altinho, parabéns forrozeiro do nordeste, 70 anos com o vigor de menino banhado nos Rios Una e nas águas claras de Taquara, feliz aniversário e um obrigado cheio de orgulho dos altinenses e do Estado de Pernambuco, do nordeste e do Brasil.
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