O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, na quarta-feira (22), um caso de mal da “vaca louca”, chamado tecnicamente de Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB), em um animal macho de 9 anos em uma pequena propriedade no município de Marabá, no estado do Pará.
De acordo com o ministério, a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, em inglês) foi comunicada e as amostras foram enviadas para o laboratório referência da instituição em Alberta, no Canadá, que poderá confirmar se o caso é atípico.
Neste momento, estão em andamento providências governamentais para o mercado de carnes brasileiras. À CNN, o ministro Carlos Fávaro afirmou que não há motivos para preocupação com relação ao consumo de carne bovina no Brasil.
Os últimos casos de vaca louca registrados no Brasil tinham sido confirmados em 2021, nos estados de Minas Gerais e do Mato Grosso. Atualmente, o Brasil é classificado pela OIE com o menor grau de risco para a doença: “insignificante”. Existe ainda o “risco controlado” no qual se enquadram alguns países da Europa, sendo a pior situação a do “risco desconhecido”.
Detalhes do caso recente
O animal identificado com a doença, criado em pasto, sem ração, foi abatido e teve sua carcaça incinerada no local, de acordo com o ministério. O serviço veterinário oficial brasileiro realiza a investigação epidemiológica que poderá ser continuada ou encerrada de acordo com o resultado.
“Todas as providências estão sendo adotadas imediatamente em cada etapa da investigação e o assunto está sendo tratado com total transparência para garantir aos consumidores brasileiros e mundiais a qualidade reconhecida da nossa carne”, disse o ministro Carlos Fávaro.
Seguindo o protocolo sanitário oficial, as exportações para a China serão temporariamente suspensas a partir desta quinta-feira (23). No entanto, o diálogo com as autoridades está sendo intensificado para demonstrar todas as informações e o pronto restabelecimento do comércio da carne brasileira.
O que é a doença da vaca louca
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) é uma doença do sistema nervoso dos bovinos, que tem um longo período de incubação entre dois e oito anos, e ocasionalmente mais longo. Atualmente não há tratamento ou vacina contra o agravo.
Faz parte de um grupo de doenças conhecidas como encefalopatias espongiformes transmissíveis, ou doenças causadas por príons, caracterizadas pelo acúmulo no tecido nervoso de uma proteína infecciosa anormal chamada príon. Este grupo inclui a variante da doença de Creutzfeldt-Jakob, que afeta humanos.
A Encefalopatia Espongiforme Bovina (EEB) clássica foi diagnosticada pela primeira vez em bovinos no Reino Unido em 1986, mas provavelmente estava presente na população bovina do país desde a década de 1970 ou antes, de acordo com a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Em seguida, foi relatada em 25 países além do Reino Unido, principalmente na Europa, Ásia, Oriente Médio e América do Norte.
Atualmente, como resultado da implementação bem-sucedida de medidas eficazes de controle, a prevalência da EEB clássica é extremamente baixa, assim como seu impacto sanitário global e risco à saúde pública.
A doença pode ser dividida em duas formas, segundo a OIE. A versão clássica ocorre através do consumo de alimentos contaminados. Embora a forma clássica tenha sido identificada como uma ameaça significativa na década de 1990, sua ocorrência diminuiu acentuadamente nos últimos anos, como resultado da implementação bem-sucedida de medidas de controle eficazes, e agora é estimada como extremamente baixa.
Já a versão atípica refere-se a formas de ocorrência natural e esporádica, que se acredita ocorrerem em todas as populações de bovinos a uma taxa muito baixa e que só foram identificadas em bovinos mais velhos durante a vigilância intensiva.
No início dos anos 2000, príons atípicos causadores de vaca louca atípica foram identificados como resultado de vigilância aprimorada para encefalopatias espongiformes transmissíveis. O número de casos atípicos é insignificante, segundo a OIE.
De fato, embora até o momento não haja evidências de que a versão atípica seja transmissível, a ‘reciclagem’ do agente da vaca louca atípica não foi descartada e, portanto, medidas para gerenciar o risco de exposição na cadeia alimentar continuam a ser recomendadas como medida de precaução.
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